Na emergência é crucial identificar em qual fase do AVC o paciente se encontra, a partir daí, a intervenção pode se dar no momento correto,
Saber identificar um AVC isquêmico novo nos exames de imagem é tão importante quanto saber reconhecer que já existe uma área de cicatriz naquela região. Assim, você estará apto a intervir no momento correto e a não valorizar lesões antigas e implementar tratamentos desnecessários. Neste vídeo, a radiologista, Fernanda Rueda, criadora do canal Neurorradio em pauta, conta a história da evolução do AVC isquêmico na TC de crânio, uma avaliação que é crucial nos plantões da emergência.
A clássica hipodensidade córtico-subcortical do AVC isquêmico acontece nas fases iniciais, e está plenamente estabelecida com 24 horas do início dos sintomas, quando muitas vezes é realizada a TC de controle para avaliar a extensão do dano cerebral. No entanto, quando o objetivo é identificar o AVC ainda nas primeiras horas após o início dos sintomas neurológicos, e, portanto, implementar o tratamento adequado, alguns detalhes de imagem devem ser procurados. Dentre eles, valorizar a perda da diferença entre a densidade do córtex e da substância branca adjacente, o que pode ser mais comumente visto na ínsula, e até mesmo identificar uma imagem hiperdensa na artéria cerebral média, que representa o trombo em si, obliterando o vaso.
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Quando considerar a atrofia cerebral como doençaA hipodensidade é a representação radiológica do edema citotóxico, que acontece por acúmulo de líquido intra e extra celular por conta da disfunção da bomba de sódio/potássio na membrana celular, e que vai causar uma área de cinza mais escuro que o habitual no córtex e substância branca envolvidos pela isquemia.
Depois disso, o edema citotóxico vai sendo resolvido e “substituído” por líquor, num mecanismo de reabsorção do parênquima cerebral perdido e portanto forma-se a área de malácia cerebral, que é considerada como uma cicatriz na região de acometimento. O termo encefalomalácia é classicamente descrito em laudos e representa um evento vascular que já aconteceu.
Portanto, é essencial treinar nosso olho para identificar essas diferenças na escala de cinza, que serão diretamente relacionados ao diagnóstico final do paciente, ou seja: está iniciando um AVC, teve um AVC recentemente (fase subaguda) ou já teve um AVC há mais tempo, e, portanto, mais nada pode ser feito. A grande pergunta é: como você tem feito para estabelecer essa diferença?
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