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Carreira28 abril 2025

Medicina de Estilo de Vida: O que é? O que não é? Qual a sua importância?

Um importante diferencial da MEV é colocar o paciente no centro do cuidado, tendo um papel ativo e empoderado, aprendendo a cuidar melhor de si mesmo
Por Fabio Tuche

A medicina do estilo de vida (MEV) é uma abordagem de saúde baseada em evidências que visa a prevenção, tratamento e reversão de doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), como doenças cardiovasculares e pulmonares, diabetes e diferentes tipos de câncer. O principal caminho para isso é a mudança de hábitos do dia a dia.

Um importante diferencial dessa abordagem é colocar o paciente no centro do cuidado. Ele tem um papel ativo e empoderado, aprendendo a cuidar melhor de si mesmo e melhorando a capacidade de autogestão do estilo de vida. Sempre recebendo orientação profissional e acompanhamento médico.

 

jaleco medico

Os pilares da Medicina de Estilo de Vida

A American College of Lifestyle Medicine (ACLM) define seis pilares fundamentais da MEV, que servem como base para a promoção de mudanças positivas dos hábitos de vida. São eles:

  • Alimentação. Uma dieta rica em alimentos naturais, integrais e principalmente de origem vegetal é uma ferramenta importante para prevenir e tratar doenças crônicas.
  • Atividade física. Praticar exercícios com frequência, tanto no dia a dia quanto em sessões específicas, é fundamental para manter o corpo e a mente saudáveis.
  • Qualidade do sono. A falta ou a má qualidade do sono pode causar cansaço, dificuldade de concentração, alterações no humor, ganho de peso, resistência à insulina e outros impactos negativos na saúde.
  • Controle do estresse: Aprender a identificar os sinais do estresse e usar estratégias para lidar com ele ajuda a melhorar o bem-estar.
  • Evitar substâncias nocivas: O uso de tabaco e o consumo excessivo de álcool comprovadamente aumentam o risco de doenças crônicas e morte.
  • Conexão social. Ter relacionamentos saudáveis e apoio social contribui para uma melhor saúde física, mental e emocional.

 

O que não é Medicina de Estilo de Vida?

A MEV é diferente de outras áreas da saúde como a Medicina Preventiva, Funcional, Personalizada, Alternativa e Integrativa. Certamente entre estas abordagens pode haver alguma sobreposição nas metas de intervenção, mas também existem distinções importantes.

 

Não é MEV:

  • Medicina Preventiva. Reconhecida como especialidade médica pelo Conselho Federal de Medicina, ela centra-se na saúde de indivíduos, comunidades e populações, e tem como objetivo proteger, promover e manter a saúde e o bem-estar, prevenindo a doença, incapacidade e morte.
  • Medicina Funcional. Preconiza abordagens relativas ao equilíbrio dos processos funcionais centrais no corpo (metabolismo celular, digestão, detoxificação e controle do estresse oxidativo), com o uso de produtos farmacêuticos, nutraceuticals e suplementos.
  • Medicina Personalizada (ou Medicina de Precisão). Utiliza informações genéticas, ambientais e do estilo de vida de cada pessoa para prevenir, diagnosticar e tratar doenças de forma individualizada.
  • Medicina Alternativa. São práticas, produtos e sistemas e cuidados de saúde usadas no lugar da medicina convencional, como Homeopatia, Acupuntura, Fitoterapia, entre outros
  • Medicina Integrativa. Combina a medicina convencional com intervenções de estilo de vida baseadas em evidências com tratamentos alternativos.

 

Por que a Medicina de Estilo de Vida é importante?

Estima-se que até 80% das doenças cardíacas, acidentes vasculares encefálicos, diabetes tipo 2 e mais de um terço dos casos de câncer poderiam ser prevenidos se eliminados os quatro seguintes fatores de risco: uso de tabaco, inatividade física, alimentação não saudável e uso nocivo de álcool.

Comportamentos e estilo de vida não saudáveis estão entre os principais fatores de risco para morte precoce ou incapacidade crônica. Globalmente, as DNCTs são a causa de 63% de todas as mortes. Em 2030, estima-se que as DNCTs possam representar 52 milhões de mortes anuais em todo o mundo.

Considerando os cinco hábitos saudáveis (não fumar, não estar acima do peso, manter uma alimentação saudável, praticar atividades físicas e não consumir álcool em excesso), ao se adotar dois destes obtêm-se uma redução de 27% no risco de doenças cardíacas, enquanto que a adoção dos cinco pode determinar uma redução de 87%.

 

# Conteúdo atualizado pela editora-médica Juliana Karpinski.

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Referências bibliográficas

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