ACC 2022: infarto com supra de ST – qual o impacto da revascularização completa na qualidade de vida?
Com os dados do COMPLETE trial favoráveis à revascularização completa, os pesquisadores avaliaram a qualidade de vida pós-revascularização.
O estudo COMPLETE, apresentado em 2019, foi desenhado para avaliar a revascularização completa comparada com a revascularização apenas do vaso culpado no infarto agudo do miocárdio com supradesnível de ST (IAM com SST) em pacientes com doença multivascular.
Tratou-se de um ensaio clínico randomizado, com 4.041 pacientes (2016 no grupo da revascularização completa e 2025 no tratamento da lesão culpada). Os pacientes que trataram inicialmente a lesão culpada fariam a revascularização em momentos diferentes após a alta.
O seguimento médio foi de 3 anos, com uma média de idade dos pacientes de 62 anos. Erma mulheres 19% dos pacientes e a mesma porcentagem era portadora de diabetes. Os resultados, na ocasião, foram favoráveis a revascularização completa com redução de eventos cardiovasculares maiores.
Agora, no congresso do American College of Cardiology (ACC 2022), foram expostos os resultados da avaliação da qualidade de vida através do Seattle Angina Questionaire.
Qualidade de vida pós-revascularização
Os pacientes que foram submetidos a revascularização completa apresentaram uma mudança em três anos de 9,8 pontos no questionário em relação 9,6 dos pacientes que trataram apenas a lesão culpada, o que demonstrou um benefício significativo (p= 0,003) no grupo que tratou todas as lesões. Entretanto é importante ressaltar que esse resultado só foi significativo naqueles em que a lesão culpada era ≥ 80%.
Além disso a porcentagem de angina residual ao final do estudo foi de 12,5% nos pacientes com revascularização completa com 15,7% no grupo que tratou apenas a lesão culpada (p=0,013).
Por fim, a revascularização completa no IAM com SST mostrou não só apenas redução da morte cardiovascular ou infartos, mas também uma melhora da qualidade de vida percebida pelo doente.
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