Além da técnica: como redes de apoio e soft skills moldam o futuro dos médicos
Ser estudante de Medicina vai muito além de dominar o conteúdo acadêmico. A jornada de formação médica também envolve crescimento pessoal e interpessoal, onde colaboração e construção de vínculos são essenciais para encarar os desafios intensos ao longo do curso.
Além de aprender sobre doenças e tratamentos, os futuros médicos precisam desenvolver habilidades fundamentais, como trabalho em equipe, cuidado com a saúde mental e networking.
Essas competências não apenas impulsionam o desempenho acadêmico, como preparam os estudantes para o mercado de trabalho cada vez mais dinâmico e colaborativo.
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Rotina intensa e apoio ao redor
A pressão emocional e o estresse na vida acadêmica da Medicina são reais. Desde o início, os alunos encaram longas horas de estudo, provas desafiadoras e atividades práticas intensas. Nessa maratona, o apoio entre colegas torna-se um pilar fundamental.
Criar grupos de estudo, compartilhar vivências e até mesmo desabafar sobre as dificuldades são maneiras eficazes de construir uma rede de apoio. Essa rede de confiança pode ser decisiva nos momentos de maior pressão, como estágios e avaliações práticas.
Trabalho em equipe
Outro aspecto essencial na formação médica é a habilidade de trabalhar em equipes multidisciplinares. Com o avanço da Medicina, a colaboração com profissionais de diferentes áreas da saúde, como enfermeiros, psicólogos e fisioterapeutas, torna-se cada vez mais necessária para garantir um cuidado integral ao paciente.
Durante a graduação, os estudantes têm a chance de desenvolver essa habilidade participando de projetos interdisciplinares e praticando uma comunicação eficaz nas atividades práticas. Pesquisas mostram que a capacidade de se comunicar bem com a equipe não só melhora o desempenho acadêmico, como também reduz o estresse e o burnout. Por isso, é essencial que os estudantes pratiquem desde cedo a escuta ativa e a empatia, tanto com os colegas quanto com os professores e profissionais de saúde.
Autoconhecimento
Além do apoio entre pares e da colaboração, o autoconhecimento é uma competência indispensável para o estudante de Medicina. O curso impõe uma carga intensa de estudos e práticas, o que pode levar muitos alunos a se sentirem sobrecarregados.
Desenvolver autoconhecimento permite que os estudantes reconheçam seus limites e saibam quando buscar ajuda. Participar de grupos de apoio psicológico oferecidos pelas faculdades ou praticar técnicas de mindfulness são estratégias eficazes para manter o equilíbrio emocional e prevenir o burnout.
Estudos demonstram que a adoção dessas práticas é altamente benéfica para a saúde mental dos estudantes de Medicina.
Networking
Por fim, o networking, embora muitas vezes subestimado, é uma ferramenta crucial para os futuros médicos. Desde o primeiro ano da graduação, é fundamental investir na criação de uma rede de contatos profissionais. Participar de eventos acadêmicos, congressos e grupos de estudo são formas de expandir essa rede, que se tornará valiosa na busca por estágios, especializações e oportunidades de carreira.
O networking não apenas abre portas, mas também permite a troca de experiências com profissionais que já estão no mercado.
A formação em Medicina, portanto, vai muito além das habilidades técnicas. Para que os estudantes estejam prontos para os desafios acadêmicos e profissionais, é essencial investir em três pilares: construção de vínculos, trabalho em equipe e desenvolvimento do autoconhecimento.
Criar uma rede de apoio, aprender a colaborar com equipes multidisciplinares e investir no networking são passos fundamentais para garantir uma carreira sólida e equilibrada. Dessa forma, o estudante de Medicina não apenas se torna um bom profissional, mas também aprende a cuidar de si e dos outros ao longo de sua trajetória.
Unidades da Afya
Na Afya, o desenvolvimento de habilidades técnicas é tão importante quanto a formação humana e colaborativa dos futuros médicos. Todas as unidades contam com o Núcleo de Experiência Discente (NED), que apoia os estudantes em áreas como saúde mental, desenvolvimento de carreira e aprimoramento de soft skills (habilidades interpessoais), como trabalho em equipe, comunicação eficaz e autoconhecimento.
Com o suporte do NED, os alunos podem se preparar de forma mais completa para os desafios da Medicina, desenvolvendo competências que serão fundamentais em suas futuras carreiras.
Autores
Marina Silveira de Resende é Mestre em Psicologia pela Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) e atua como Coordenadora Nacional do Núcleo de Experiência Discente (NED) na Afya, na Diretoria de ensino. Com sólida trajetória na área educacional, Marina é especialista em promover a saúde mental e o desenvolvimento de alunos, liderando iniciativas que visam melhorar a experiência acadêmica e proporcionar um ambiente de aprendizado mais
inclusivo e acolhedor.
Patrícia Uebe Ribeiro é Graduada em Pedagogia pela UFSJ, com especialização em Psicopedagogia Clínica e Institucional (Unigranrio),em Ensino de Artes Visuais (UFMG), em Designer Instrucional para EAD (UNIFEI). Mestre em Educação ( UFSJ). Atua na AFYA como Psicopedagoga Nacional NED.
# A matéria foi revisada pelo editor-médico Johnatan Felipe Ferreira da Conceição , especialista em Medicina de Família e Comunidade.
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