Piúria estéril: você sabe reconhecer e definir devidamente?
A piúria estéril é definida pela presença de leucocitúria ao exame simples de urina na presença de uroculturas sistematicamente negativas.
Os critérios de leucocitúria podem ser assim definidos:
- Contagem de piócitos > 10/mm³ ou > 3 células/campo de grande aumento;
- Presença de leucócito-esterase positiva.
O reconhecimento dessa entidade é importante na prática médica, pois frequentemente leva à consideração inadequada sobre infecção bacteriana do trato urinário. Sua prevalência é de aproximadamente 15% em mulheres e 3% em homens. O diagnóstico errôneo motiva antibioticoterapia por vezes infundada, além de poder estar atreladas a patologias específicas a exigir investigações adicionais para o melhor esclarecimento.
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Divisão etiológica
Os principais grupos etiológicos de piúria estéril podem ser agrupados conforme exposto na tabela abaixo:
Infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) |
ISTs prevalentes:
Ferramentas úteis na investigação:
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Infecções virais não sexualmente transmissíveis |
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Tuberculose genitourinária |
Trata-se, depois da forma ganglionar, do principal sítio não pulmonar de tuberculose, compreendendo infecções renais, ureterais, vesicais, prostáticas e genitais. O potencial destrutivo urológico pode comprometer os cálices, deformando-os e gerando obstrução, incluindo hidronefrose.
Ferramentas úteis na investigação:
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Infecções fúngicas | Agentes a serem considerados (com fatores de risco entre os parênteses):
O crescimento em cultura costumeiramente é lento, com duração entre 3 dias e 3 semanas. Há preocupação com bolhas fúngicas, especialmente com Candida e Aspergillus. |
Infecções parasitárias |
Principais agentes:
Ambos podem ser identificados em pesquisas diretas e, com maior sensibilidade, por técnicas de PCR. |
Condições autoimunes, inflamatórias, mecânicas e malignas |
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Processos inflamatórios não urológicos |
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Conclusão e mensagens práticas
O diagnóstico diferencial da piúria estéril é amplo, mas deve ser estreitado a partir de dados da entrevista médica e exame físico. Faz-se necessária a consideração de infecções, entre as quais as sexualmente transmissíveis, bem como agentes especiais, como parasitas e fungos, conforme as exposições e dados epidemiológicos. Os exames de imagem podem ser úteis em pacientes febris, imunossuprimidos ou com sintomatologia específica (dor pélvica, dor abdominal, lombalgia, sintomas urinários ou manifestações sistêmicas). No nosso meio uma consideração sempre válida é a tuberculose genitourinária.
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