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Dermatologia30 setembro 2024

EADV 2024: Investigação das comorbidades relacionadas com a hidradenite supurativa

Kelsey R. van Straalen discutiu sobre o que, como e quando investigar comorbidades relacionada à hidradenite supurativa. 
Por Mariana Santino

No congresso da European Academy of Dermatology & Venereology (EADV 2024) tivemos dois blocos sobre hidradenite supurativa, onde a holandesa Kelsey van Straalen nos apresentou recomendações sobre a investigação de comorbidades associada à hidradenite supurativa. 

EADV 2024: Investigação das comorbidades relacionadas com a hidradenite supurativa

Imagem de freepik

O que há de evidência até agora?  

Kelsey destacou que não há consenso sobre a investigação de comorbidades na hidradenite supurativa na Europa. Ela citou um consenso americano e um guideline europeu S2K com pequena sessão sobre comorbidades baseado na opinião de experts. Indicou também um estudo europeu em andamento que se propõe a desenvolver recomendações em formato de questionário para investigação de comorbidades relevantes na prática clínica baseado em método Delphi e com auxílio de 32 experts em hidradenite supurativa.  

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Como investigar? 

Kelsey destacou em sua apresentação 4 comorbidades para investigação: síndrome metabólica e risco cardiovascular, depressão, doença inflamatória intestinal e espondiloartrite. E ainda dividiu a recomendação em “Quando?” e “Como?”.  

Referente à síndrome metabólica, o guideline S2K sugere investigação na primeira visita e anualmente e o americano indica ser decisão do médico. A investigação deve englobar: tabagismo, atividade física, dieta, índice de massa corporal (IMC), pressão, lipidograma, glicemia, cintura abdominal e história médica. Se identificada síndrome metabólica ou risco, encaminhar para acompanhamento com especialidade adequada. 

Em relação à depressão, o guideline S2K sugere investigar na primeira visita e anualmente e o americano refere ser decisão do médico. Entre as formas de investigar, pode-se usar um questionário simples chamado PHQ-2 onde se avalia com que frequência nas duas últimas semanas o paciente foi incomodado por pouco interesse ou prazer em fazer as coisas e se ele se sentiu para baixo, deprimido ou sem esperança. Se identificado risco para depressão, referir para acompanhamento apropriado.  

Sobre a doença inflamatória intestinal, o guideline S2K recomenda avaliar na primeira visita e depois anualmente e o americano, anualmente. Pode-se perguntar ao paciente se ele tem dor abdominal pelo menos 3x/semana por pelo menos 4 semanas; se tem diarreia (> 3 episódios/dia) por 7 dias consecutivos; se tem fezes com sangue ou se acorda de noite por causa de dor abdominal ou diarreia e, ainda, se tem parente de primeiro grau com doença inflamatória intestinal. Se dois ou mais critérios, referenciar para gastroenterologista.  

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Por fim, em relação à espondiloartrite, o guideline S2K recomenda avaliar na primeira visita e depois anualmente e o americano, anualmente. Avalia-se sobre a presença de artrite, dactilite ou entesite periférica ou se há critério para dorsalgia inflamatória (se dorsalgia iniciou em ≤ 40 anos; se desenvolveu gradualmente; se melhora com exercício; se não melhora com descanso; se sofre com dor de noite e com melhora  ao levantar). Caso positivo, referenciar ao reumatologista. 

Entender melhor as comorbidades pode ajudar a abordar esse paciente de forma integral e multidisciplinar e a escolher o tratamento de acordo com os fatores de risco. 

Mensagem prática 

No que se refere às comorbidades relacionadas à hidradenite supurativa ainda não há estudo demonstrando o benefício da sua investigação, mas é sugerido a fazermos de forma rápida e fácil já que há associações epidemiológicas bem descritas com comorbidades importantes.  

Confira os destaques do EADV 2024! 

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