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Dermatologia7 abril 2025

Mapeamento corporal total: ferramenta importante na detecção precoce do melanoma 

O Mapeamento corporal total permite a detecção precoce do melanoma, diminuindo o número de biópsias desnecessárias  

O mapeamento corporal total (MCT) consiste na documentação fotográfica da superfície corporal do paciente, seguida da dermatoscopia digital de lesões melanocíticas selecionadas. Pode ser realizado por meio de diversos equipamentos que acoplam uma câmera digital a um dermatoscópio e o armazenamento dessas imagens geradas possibilita a comparação evolutiva das lesões. 

Sabe-se que as lesões benignas geralmente permanecem estáveis ao longo do tempo, enquanto as lesões malignas crescem mais e de maneira assimétrica. Assim a monitorização estabelecida pelo MCT permite a detecção precoce do melanoma e diminui o número de biópsias desnecessárias.  

Leia também: Uso da dermatoscopia no diagnóstico do melanoma

Diagnóstico 

Cerca de 10% dos melanomas são diagnosticados ao longo do tempo em lesões clinicamente e dermatoscopicamente imperceptíveis, principalmente nos pacientes com múltiplos nevos e/ou atípicos. Isso ocorre com mais frequência em indivíduos com fenótipos de nevo peculiares, como pacientes com melanoma familiar, o que reforça a relevância do exame. 

Por ser uma técnica demorada, a seleção correta do paciente é essencial para otimizar a eficácia dessa abordagem diagnóstica. 

Dentre as indicações do MCT, encontram-se principalmente os pacientes com fatores de risco para melanoma que também apresentem lesões melanocíticas com demanda de seguimento clínico-dermatoscópico. 

Fatores de risco 

De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), os fatores de risco para o melanoma mais relevantes entre os especialistas são: a presença de > 50 nevos, > 5 nevos atípicos, história pessoal ou familiar de melanoma, portadores de mutações genéticas e polimorfismos associados ao melanoma familiar, imunossuprimidos e histórico de exposição solar intensa e intermitente. Nesses, é necessário considerar a indicação do MCT. 

Já a International Dermoscopy Society (IDS), considera as seguintes indicações para monitorização digital: pacientes com > 60 nevos; presença de mutação CDKN2A ou outras variantes genéticas mais raras de melanoma de alto risco; pacientes com > 40 nevos que possuam histórico pessoal de melanoma ou cabelos ruivos, ou mutação MC1R, ou histórico de transplante de órgãos. 

Após toda a documentação fotográfica e dermatoscópica, é necessário avaliar o tipo de seguimento a ser adotado para cada lesão. As lesões melanocíticas suspeitas, mas sem critérios sugestivos de melanoma devem ser acompanhadas com curto prazo, dentro de 3-4 meses. Por outro lado, pacientes com fatores de risco conhecidos para melanomas, mas sem lesões dermatoscopicamente suspeitas, podem ser acompanhados em longo prazo, dentro de 6-12 meses. 

Mapeamento corporal total: ferramenta importante na detecção precoce do melanoma 

Imagem de Ron Lach/Pexels

Considerações finais: mapeamento corporal total (MCT)

Durante o seguimento dermatoscópico de curto prazo, qualquer alteração que ocorra deve ser considerada suspeita, exceto a variação no número de pseudocistos córneos; aumento ou diminuição difusa da pigmentação sem alteração estrutural e o aumento simétrico no tamanho de nevo que apresentava múltiplos glóbulos periféricos. 

Nos seguimentos de longo prazo, as alterações que indicam biópsia são: a mudança de forma, crescimento assimétrico, aparecimento de nova cor, regressão, aparecimento de qualquer estrutura sugestiva de melanoma. 

Compreender essas mudanças reforça a importância do seguimento dermatoscópico digital. Além disso, a adesão e assiduidade do paciente são fundamentais para garantir um acompanhamento eficaz e preventivo.

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Referências bibliográficas

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