O carcinoma espinocelular (CEC) compreende o grupo do câncer de pele não melanoma e possui incidência crescente em todo o mundo. A dermatoscopia, que é uma das técnicas diagnósticas não invasivas e amplamente utilizadas, é importante para o diagnóstico precoce e manejo adequado das lesões.
Dentro do espectro do carcinoma espinocelular, as ceratoses actínicas (CAs) são as mais comuns. Uma vez desenvolvidas, essas lesões podem seguir um dos três caminhos: regressão, persistência ou progressão para CEC in situ ou invasivo, sendo o risco deste último estimado em 0,1 a 20%.
Desse modo, as CAs, o carcinoma espinocelular intraepidérmico e o carcinoma espinocelular invasivo têm apresentações dermatoscópicas significativas e distintas entre si. Reconhecer essas estruturas e diferenças facilita a identificação de lesões iniciais ou invasivas, o que impacta diretamente na decisão terapêutica.
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Possibilidades da dermatoscopia no diagnóstico do carcinoma espinocelular
Na dermatoscopia das CAs podemos visualizar principalmente eritema e escamas, o que pode formar uma pseudo-rede vascular ao redor dos folículos pilosos na face. Vasos finos ao redor dos folículos e aberturas foliculares preenchidas com tampões queratóticos definem o chamado padrão “morango” descrito para a maioria das CAs da face. Outro achado é o sinal da “roseta”, visto com luz polarizada, que consiste em estrutura semelhante a um trevo de quatro folhas.
Além disso, pacientes com fototipos mais altos tendem a apresentar lesões pigmentadas, enquanto aqueles com fototipos mais baixos tendem a ter lesões não pigmentadas.
Esses achados são raramente encontrados nos carcinomas espinocelulares intraepidérmicos e invasivos. Neles, os sinais de queratinização como estruturas amareladas, áreas brancas sem estrutura e massa central de queratina estão mais presentes.
Estruturas vasculares como vasos glomerulares e vasos em grampo associadas às estruturas de queratinização, são mais associadas ao CEC intraepiérmico, ou in situ.
Já a presença de vasos lineares-irregulares, polimorfismo vascular, folículos pilosos targetoides, áreas brancas sem estrutura e ulceração foram significativamente associadas ao CEC invasivo.
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Considerações finais
Esses achados dermatoscópicos são úteis para o diagnóstico precoce e seleção adequada de lesões que necessitam de biópsia, além de contribuírem para a diferenciação entre lesões potencialmente mais invasivas e seu manejo adequado.
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