Como o monitoramento flash de glicose aprimora o controle do diabetes

Um estudo publicado na Diabetologia e Síndrome Metabólica, da Nature, utilizou dados da população brasileira com diabetes para descrever características da população, os padrões de prescrição e o controle glicêmico de pacientes usuários de fCGM em comparação com o uso do sistema de monitoramento glicêmico (BGM). 

O estudo realizado pelo Hospital Albert Einstein utilizou dados da plataforma Glic, que facilita o acompanhamento do diabetes por pacientes e especialistas, além de facilitar a relação médico-paciente. 

Métodos 

Este estudo é um estudo retrospectivo transversal usando dados agregados anônimos inseridos manualmente por usuários do Glic™ que relataram um diagnóstico de diabetes tipo 1 (DM1), diabetes tipo 2 (DM2), diabetes gestacional (DMG) e diabetes autoimune latente em adultos (LADA). 

Resultados 

Dos 12.727 indivíduos incluídos neste estudo, 11.007 (86,5%) relataram que seu método de monitoramento de glicose era BGM, enquanto 1720 (13,5%) relataram usar fCGM. A maioria dos indivíduos (70,5%) apresentava DM1. Em comparação com o BGM, os usuários de fCGM eram significativamente mais jovens, tinham maior proporção de homens, residiam com maior frequência na região Sudeste do Brasil, tinham menor IMC, maior tempo de diagnóstico e usavam a plataforma Glic com mais frequência.  

Os usuários de fCGM receberam insulinas de ação ultralonga e ultrarrápida significativamente mais como insulina basal e em bolus, respectivamente, e menos medicamentos antidiabéticos orais em comparação com os usuários de BGM. Considerando apenas os indivíduos T1DM e LADA e suas entradas manuais de glicose, os usuários de fCGM apresentaram níveis de glicose mais baixos não significativos do que o BGM. O uso da plataforma Glic™ e uma maior porcentagem de dose basal de insulina foram associados a um melhor controle glicêmico. 

Conclusão 

Este é o primeiro e maior estudo de evidências do mundo real que descreve e compara fCGM e BGM em usuários de uma plataforma digital de suporte ao paciente de saúde no Brasil. Os usuários de fCGM foram significativamente diferentes daqueles que realizam BGM, em termos de características populacionais e padrões de tratamento. O controle glicêmico foi melhor em usuários de fCGM, embora não estatisticamente significativo devido a um tamanho de amostra restrito. É importante ressaltar que uma maior frequência de uso de Glic foi associada a um maior tempo de glicose na faixa.