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Endocrinologia13 novembro 2024

Prevenção e tratamento da obesidade infantil para melhor qualidade do sono

Artigo avaliou a prevenção e o tratamento da obesidade infantil por uma melhora da qualidade do sono

A obesidade infantil é um problema global que precisa ser encarado com seriedade na área da saúde. Por ser uma doença multifatorial, é bastante complexa e requer tratamento com equipe multidisciplinar. Recentemente, foi publicado um artigo que avaliou a prevenção e tratamento da obesidade infantil por uma melhora da qualidade do sono. Segue abaixo um breve resumo dele. 

obesidade infantil

Introdução 

A obesidade infantil é considerada uma pandemia crescente, dado ao aumento de sua incidência, representando um grande transtorno mundialmente. Crianças com sobrepeso/obesidade apresentam riscos metabólicos e cardiovasculares que podem deteriorar a qualidade de vida e aumentar a morbimortalidade na fase adulta. 

A higiene do sono é um fator de grande interesse, sendo o foco do estudo, visto que foi demonstrada associação entre qualidade do sono ruim e aumento do risco de obesidade em crianças e adolescentes. 

Veja mais: Estudo aponta que 1 a cada 5 crianças do mundo está acima do peso

Metodologia 

Uma revisão sistemática de estudos foi feita de dezembro de 2023 a fevereiro de 2024 com busca em base de dados eletrônicas. Os estudos foram em diferentes formatos tais como: ensaios clínicos randomizados, caso-controle e estudos transversais, sendo excluídos os textos em formato de narrativas, cartas e relatos de caso. 

Os participantes dos estudos deveriam ter entre 2 e 18 anos de idade com ou sem sobrepeso/obesidade. Foram analisados tanto estudos observacionais quanto intervencionistas no sono e em outros hábitos de mudança de estilo de vida.  

O principal desfecho analisado foi o papel da higiene do sono no desenvolvimento de sobrepeso/obesidade devido a alterações no ciclo circadiano e hábitos de vida das crianças e adolescentes. 

Resultados 

Apenas estudos em inglês foram selecionados e após a análise dos critérios de exclusão, 11 estudos sobraram para análise.  Todos os estudos foram publicados entre 2013 e 2024 e foram conduzidos na Europa, Estados Unidos, Canadá, México, Inglaterra e Nova Zelândia. 

Foi demonstrado que uma noite de sono ruim, aumenta a chance de comer mais e alimentos de pior qualidade como alimentos mais calóricos e ultra-processados, causa estresse emocional e psicológico, aumenta a sensibilidade para comportamentos de recompensa, aumenta a chance do comer emocional, demanda mais energia para manutenção do estado de vigília e altera os hormônios que regulam apetite e saciedade. 

Outro dado revelado no estudo foi de como o que se come durante o dia pode afetar o ciclo circadiano. Hábitos alimentares não saudáveis como pular o café da manhã, fazem aumentar a ingestão calórica em um período mais tarde do dia, gerando refeições irregulares, o que acaba por piorar a qualidade do sono e consequentemente piorando os hábitos alimentares em um círculo vicioso que culmina no desenvolvimento da obesidade. 

Na contramão, um boa noite de sono, gera menor ingesta calórica, aumentando os níveis de leptina, promovendo perda ponderal e redução do risco de desenvolver obesidade. 

Leia também: Pediatras comentam sobre diretriz para tratar a obesidade infantil da AAP

Conclusão 

Os achados dos estudos estão em concordância de que a higiene do sono é um fator de risco modificável associado a dieta e prática de atividade física para prevenção da obesidade infantil. 

Os resultados do estudo apontam que uma qualidade de sono ruim pode ser capaz de desencadear hábitos alimentares ruins, contribuindo para o desenvolvimento da obesidade. 

Mensagem prática 

Como mensagem prática, fica o alerta de que a prevenção e tratamento da obesidade infantil deve ser baseada não só na dieta, na prática de atividade física de modo regular e na terapia medicamentosa quando indicada, mas também em um plano que proporcione uma qualidade do sono adequada com consequente melhora de hábitos alimentares. 

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Referências bibliográficas

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