A leucorreia é um dos sintomas que mais levam as mulheres a buscarem o ginecologista, sendo considerada hot topics quando presente em congressos, e não foi diferente no segundo dia do congresso do American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG 2025).
Em busca do diagnóstico
Durante uma sessão interativa, algumas novidades foram abordadas. De acordo com Powell et al. (2024), em quadros iniciais de vulvovaginite, a abordagem diagnóstica deve ser o exame físico, associado ao exame a fresco na lâmina vaginal (critério de Amsel) com ou sem cultura para fungo. Uma outra possibilidade de associação é com o teste de diagnóstico molecular. Todavia, os testes múltiplos por PCR apresentam uma sensibilidade > 90% para vaginose bacteriana e de 58% para cândida, podendo então serem realizados.
Em mulheres assintomáticas, não é recomendado a pesquisa de ureaplasma, haja vista que 40-80% das mulheres com vida sexual ativa irão apresentar essa bactéria. De acordo com Yazdy et al. (2024), mulheres com sintomas de vulvovaginites não devem ser submetidas rotineiramente a investigação para Mycoplasma genitalium, porém em casos de cervicite refratária ou suspeita de doença inflamatória pélvica faz-se necessária a investigação. Dessa forma, as evidências são insuficientes para recomendar a realização dos testes para avaliação do microbioma vaginal.
Novo estudo
Vodstrcil et al. (2025) publicou um estudo randomizado, onde foram avaliados 150 casais heterossexuais monogâmicos em que as mulheres apresentaram quadro de vaginose bacteriana nas últimas 12 semanas. 82 casais foram submetidos ao tratamento standard e o parceiro submetido a tratamento com metronidazol 500 mg (VO) por 7 dias associado a clindamicina 2% tópica no pênis por 7 dias. Já os outros 81 casais foram submetidos apenas ao tratamento standard (grupo controle).
Foi evidenciado que as mulheres que tiveram o parceiro tratado, apresentaram significativamente menor taxa de recorrência em comparação grupo controle.


Contudo, apesar de ser um estudo com resultado animador, não há um consenso para recomendação de tratar rotineiramente o parceiro em casos de vaginose bacteriana, sendo necessários mais estudos, conforme evidenciado no ACOG 2025.
Acompanhe o congresso da ACOG 2025 com a gente! Veja os destaques do evento aqui.
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