Um estudo piloto coorte prospectivo publicado na Fertility and Sterility, avaliou de primeiro de fevereiro de 2015 a trinta de novembro de 2017, 183 mulheres que desejavam engravidar e o padrão de sono que elas possuíam. Foram selecionadas mulheres entre 18 e 45 anos, de acordo com a definição de infertilidade (ausência de gestação após um ano de relação sexual desprotegida para mulheres < 35 anos e após 6 meses para mulheres > 35 anos) e foram estratificados IMC, idade, raça, emprego remunerado, tabagismo, grau de formação, uso de droga ou álcool e gestação prévia.
Métodos
As pacientes selecionadas usaram por 2 semanas um relógio que possuía um acelerômetro piezelétrico com sensibilidade > 0.05 g que coletava dados do padrão e variação do sono, as principais variáveis analisadas foram o horário de início, término, meio e duração do sono, além da variabilidade entre os dias de cada uma dessas medidas. O desfecho primário foi o tempo até a concepção dentro de um ano de acompanhamento.
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Conclusão
Após ajustes dos fatores de confusão (idade, IMC, raça, escolaridade, renda e tabagismo), as mulheres que apresentaram uma variação de duração do sono maior que 2,3h e de início do sono maior que 1,8h levaram um tempo significativamente (p< 0.05) maior para alcançar uma gestação. Não houve diferença significativa quando avaliado variabilidade do meio ou término do sono, até a concepção.
A cronodisrupção pode interferir na chance de gestação por meio de diversos mecanismos, dentre eles alteração na concentração de melatonina, secreção do LH e FSH. Ainda não esta claro o mecanismo promovido pelo uso da melatonina em pacientes que serão submetidas a tratamentos de reprodução assistida, todavia estudos evidenciam que o uso promove aumento na taxa de gravidez, supõe-se que pelo efeito antioxidante por ela apresentado.[Quebra da Disposição de Texto] Dessa forma, podemos concluir que mulheres que desejam engravidar devem manter uma rotina regular, evitando variações nos horários de início bem como de duração do sono, uma vez que a variação desses fatores parecem influenciar negativamente promovendo um maior tempo para alcançar uma gestação.
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