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Ginecologia e Obstetrícia22 agosto 2025

SOGESP 2025 - Pré-Congresso: Afirmação de gênero, terapêutica farmacológica e mais

SOGESP 2025 trouxe discussões sobre comportamento sexual na adolescência, afirmação de gênero, terapêuticas farmacológicas e o impacto das disfunções sexuais do parceiro
Por Sérgio Okano

Durante a 30ª edição do Congresso Paulista de Obstetrícia e Ginecologia da SOGESP, a segunda parte do curso pré-congresso Aspectos Práticos da Intervenção na Saúde Sexual, trouxe discussões sobre comportamento sexual na adolescência, afirmação de gênero, terapêuticas farmacológicas e o impacto das disfunções sexuais do parceiro. 

A dra. Lúcia Lara, coordenadora do setor de Sexualidade do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, abriu a sessão discutindo o comportamento sexual de adolescentes. Segundo ela, a adolescência é marcada pela pulsão sexual decorrente do pico hormonal. No Brasil, a iniciação sexual é precoce e, quanto mais cedo ocorre, maior a vulnerabilidade social do indivíduo. Entre os fatores associados ao início sexual antes dos 16 anos estão desejo, curiosidade e influência de parceiros ou amigos e ocorre, geralmente, sem o uso de contraceptivos e associado ao consumo de álcool e outras drogas. A especialista destacou que, embora o discurso de abstinência reduza o início precoce da vida sexual, não elimina riscos associados, reforçando a necessidade de educação sexual, que atualmente enfrenta restrições no país. 

O dr. Sérgio Okano, vice-coordenador do Departamento de Diversidade Sexual da Abemss, abordou o papel do ginecologista no processo de afirmação de gênero. Ele destacou os impactos da Resolução CFM nº 2.427/2025 (atualmente suspensa judicialmente), que propunha aumentar a idade mínima para o início da hormonização de 16 para 18 anos, além de exigir avaliações psiquiátrica, endocrinológica e cardiológica antes do tratamento. O médico também apresentou brevemente os protocolos de hormonização disponíveis no site Endocrine Society Clinical Practice. 

Na sequência, a dra. Carolina Ambrogini, coordenadora do projeto Afrodite, apresentou as opções farmacológicas para disfunções sexuais, com foco no uso de testosterona em mulheres na pós-menopausa. Ressaltou que a prescrição deve ser feita em doses fisiológicas, sem efeitos significativos sobre performance física, depressão ou bem-estar quando utilizada de forma adequada. Além disso, comentou sobre o uso de medicações vaginais para controle da Síndrome Genitourinária da Menopausa como a prasterona. 

Encerrando o bloco, a dra. Carmita Abdo, professora da Universidade de São Paulo, discutiu o impacto das disfunções sexuais do parceiro na sexualidade feminina. Ela destacou que condições como ejaculação precoce e disfunção erétil afetam diretamente a funcionalidade sexual da mulher, sobretudo nas faixas etárias mais avançadas. Por isso, recomendou que ginecologistas também realizem triagem e avaliação das queixas sexuais dos parceiros. 

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