O Streptococcus pneumoniae (pneumococo) é reconhecido pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) como o principal agente etiológico de formas graves de doença pneumocócica em crianças com idade inferior a 5 anos, representando um desafio significativo para a saúde pública pediátrica.1 Globalmente, a pneumonia, com frequência de etiologia pneumocócica, impõe uma carga de mortalidade infantil considerável, registrando em 2021 um óbito a cada 43 segundos, conforme dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).2 Nesse contexto, a imunização é apontada pela SBIm como a estratégia profilática primordial, demonstrando maior segurança e eficácia na prevenção da doença pneumocócica.1
A vigilância epidemiológica de sorotipos de S. pneumoniae é fundamental para orientar as políticas de vacinação. Dados recentes da Secretaria do Estado da Saúde de São Paulo, por meio do boletim do Instituto Adolfo Lutz (2024), indicam que as vacinas pneumocócicas conjugadas (VPCs) disponíveis no Brasil, incluindo a VPC10 (disponível no Programa Nacional de Imunizações – PNI) e as VPC13, VPC15 e VPC20 (disponíveis na rede privada),5 conferem proteção contra Doença Pneumocócica Invasiva (DPI).4,7-9 Especificamente, segundo a mesma Secretaria, a Vacina Pneumocócica Conjugada 20-valente (VPC20) evidencia uma expansão da cobertura contra sorotipos pneumocócicos invasivos.3 Em lactentes menores de um ano, estima-se um incremento de aproximadamente ~6% na cobertura, se comparado à proteção conferida pela VPC15, enquanto em crianças menores de 5 anos, este aumento é de cerca de ~5%, resultando em uma proteção estimada contra DPI de aproximadamente 60% na faixa etária de menores de 1 ano, com base nos referidos dados de vigilância.3
A VPC20, ao incorporar antígenos de 20 sorotipos distintos e ser conjugada, demonstrou resposta robusta para todos os sorotipos, seguindo o esquema vacinal primário de três doses mais uma dose de reforço (esquema 3+1).4 A vacinação é recomendada pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) para a imunização de lactentes e crianças.5,6
No que tange à intercambialidade entre as VPCs disponíveis no setor privado (VPC13, VPC15 e VPC20),1* as diretrizes permitem a transição entre as diferentes vacinas em qualquer momento do esquema vacinal primário ou para a dose de reforço, assegurando a continuidade e a otimização da proteção individual.4,5
O esquema primário preconizado, conforme os calendários da SBIm e SBP, compreende três doses: aos 2, 4 e 6 meses de idade,5,6 com reforço entre o 12º e o 15º mês de vida ou com reforço recomendado em bula entre 11º e 15º mês de vida (esquema 3+1).4-6 Recomenda-se a utilização preferencialmente de vacinas de maior valência(Tabela 1).5
Tabela 1: O reforço recomendado em bula é entre 11º e 15º mês de vida.
VPC13: Vacina pneumocócica conjugada 13 valente; VPC15: Vacina pneumocócica conjugada 15 valente.
Em conclusão, a evolução das vacinas pneumocócicas conjugadas, notadamente com a introdução da VPC20, representa um avanço na ampliação da proteção contra um espectro mais abrangente de sorotipos de S. pneumoniae causadores de DPI. A adesão aos calendários vacinais recomendados pela SBIm e SBP, e considerar as opções com maior valência, são indispensáveis para a redução da morbimortalidade associada à doença pneumocócica na população pediátrica.5,6,10
Saiba mais sobre a doença pneumocócica invasiva.
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PP-PNR-BRA-0161. Junho/2025
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