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Infectologia15 julho 2025

IAS 2025: Novas recomendações da OMS para tratamento de HIV e PrEP

No primeiro dia d o IAS 2025, a Organização Mundial de Saúde (OMS) apresentou seus novos guidelines versando sobre profilaxia, tratamento e manejo da infecção pelo HIV

A Conferêcia da International AIDS Society 2025 (IAS 2025) está ocorrendo em Ruanda e é um dos mais importantes na área de Infectologia, trazendo resultados de novos estudos e novas recomendações de organizações internacionais. 

No primeiro dia de conferência, a Organização Mundial de Saúde (OMS) apresentou seus novos guidelines versando sobre profilaxia, tratamento e manejo da infecção pelo HIV. 

Confira as principais atualizações: 

Novas recomendações de profilaxia pré-exposição (PrEP) 

– O antirretroviral injetável de longa duração lenacapavir (LEN) deve ser oferecido como opção adicional de proteção para pessoas sob risco de aquisição do HIV, como parte de estratégias de prevenção combinada. 

– Lenacapavir deve ser oferecido como uma opção de prevenção, junto com outras modalidades de PrEP e outras medidas de prevenção. 

– LEN está aprovado para uso em gestantes e lactantes, tanto para início de PrEP quanto para continuidade. 

– Como parte dos planos nacionais de implementação do lenacapavir, deve-se considerar: 

  • Treinamento dos profissionais que ofertam PrEP 
  • Necessidades específicas de cada população 
  • Modelos diferenciados de oferta dos serviços 
  • Integração de serviços para maximizar aceitabilidade e acessibilidade 
  • Atividades que aumentem conhecimento e gerem demandas 

– Sistemas de monitoramento e vigilância devem ser implementados, incluindo monitoramento de eventos adversos durante gestação e amamentação e de soroconversões e resistência específica a lenacapavir. 

– O guideline reforça que a introdução bem-sucedida do LEN depende da participação plena das comunidades no desenho, implementação e monitoramento dos programas desenvolvidos. 

– Ainda não há dados suficientes para que e façam recomendações em relação a autotestagem para HIV no contexto de drogas de longa duração. 

– Testes rápidos diagnósticos podem ser utilizados para início, continuação e descontinuação de PrEP de longa duração. 

– Os testes rápidos são preferenciais aos testes baseados em NAT para uso em programas de PrEP de longa duração. Estudos demonstraram que os testes rápidos são mais custo-efetivos, com resultados mais rápidos e com maior aceitabilidade. 

Tratamento de HIV 

Novas recomendações foram feitas em relação aos esquemas preferenciais para tratamento de adultos, crianças e adolescentes com HIV: 

Tratamento Recomendação prévia Nova recomendação 
Inibidor de protease (IP) preferencial e alternativas Atazanavir/ritonavir (ATV/r) e lopinavir/ritonavir (LPV/r) como IPs preferenciais 

 

Darunavir/ritonavir (DRV/r) como alternativa 

DRV/r como preferencial 

 

ATV/r e LPV/r como alternativas 

Inibidores de transcriptase reversa (ITR) preferencial e alternativas Tenofovir (TDF) como opção preferencial para início de tratamento em adultos e adolescentes 

 

Abacavir (ABC) como opção preferencial para início de tratamento em crianças 

 

Zidovudina (AZT) ou tenofovir alafenamida (TAF) como alternativas em situações especiais 

Adultos, adolescentes e crianças > 30kg: TDF ou TAF como opções preferenciais para início ou para esquemas subsequentes (mesmo com uso prévio de TF ou AZT) 

 

Crianças < 30kg: ABC como opção preferencial para início de tratamento. ABC ou TAF como opções preferenciais em esquemas subsequentes (mesmo com uso prévio de ABC ou AZT) 

Sequência de ITR em regimes posteriores AZT em esquemas subsequentes se uso prévio de TDF ou AZT (e vice-versa) 
Terapia dupla oral  Dolutegravir (DTG) com lamivuina (3TC) como estratégia de simplificação em adultos e adolescentes com CV indetectável e sem infecção ativa por HBV 
Esquema com injetáveis de longa duração  Cabotegravir (CAB) com rilpivirina (RPV)  сomo opção alternativa para troca em adultos e adolescentes com CV indetectável e sem infecção ativa por HBV 

 

– A opção por recomendar DRV/r como IP preferencial baseia-se no fato de estudos terem demonstrado menos eventos adversos e maior eficácia, sem alterações significativas e custo, do DRV/r em comparação com ATV/r e LPV/r. 

– A recomendação de CAB/RPV como possibilidade de terapia dupla alternativa é condicional, principalmente por dados limitados desse esquema em gestantes, lactantes e crianças.  

Tratamento preventivo de tuberculose (TPT) 

– O esquema de isoniazida + rifapentina por 3 meses (3HP). 

– Esquemas com isoniazida por 6 ou 9 meses (6H ou 9H) são esquemas alternativos é o esquema preferencial, com 6H ou 9H como alternativas. 

Manejo de AIDS avançada 

– Contagem de CD4 é o método preferencial para identificação de AIDS avançada. 

– Se a contagem de CD4 não estiver disponível, o estadiamento clínico da OMS pode ser utilizado, apesar de problemas com acurácia. 

– Recomenda-se paclitaxel ou doxorubicina lipossomal peguilhada para o tratamento de Sarcoma de Kaposi em pessoas vivendo com HIV.  

Integração dos serviços de HIV com serviços de cuidados de doenças crônicas não transmissíveis (notadamente HAS e DM) e de saúde mental (notadamente depressão, ansiedade e abuso de álcool. 

Os novos guidelines da OMS já foram disponibilizados para consulta no site da organização e estão disponíveis nos seguintes links: 

https://www.who.int/publications/i/item/9789240111608 

https://www.who.int/publications/i/item/B09471-eng 

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