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Infectologia19 fevereiro 2022

Whitebook: hepatite D

Esta semana, em nossa publicação semanal de conteúdos compartilhados do Whitebook Clinical Decision, falaremos sobre hepatite D.

Por Carol Meneses

Esta semana cobrimos o CROI e um dos assuntos de destaque foi a importância clínica do HDV e uma nova opção de tratamento. Por isso, vamos abordar, em nossa publicação semanal de conteúdos compartilhados do Whitebook Clinical Decision, a apresentação clínica da hepatite D.

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Este conteúdo deve ser utilizado com cautela, e serve como base de consulta. Este conteúdo é parte de uma conduta do Whitebook e é destinado a profissionais de saúde. Pessoas que não estejam neste grupo não devem utilizar este conteúdo.

O combate à Hepatite na Atenção Primária à Saúde

Apresentação clínica da hepatite D

Anamnese

Epidemiologia: Estima-se que 62-72 milhões dos 587 milhões de pacientes com hepatite B estejam infectados pelo vírus D. Aparentemente é mais comum em homens. Já foram identificados 8 genótipos, com predomínio de genótipo I no Ocidente e II e IV no Oriente. Surtos de infecção pelo genótipo III ocorrem na Venezuela, Colômbia, Peru e Brasil, enquanto os genótipos V a VIII circulam na África. O risco anual de cirrose é de 2,8-4%.

Quadro clínico:

    • Pode variar de casos assintomáticos até hepatite fulminante. A maioria dos casos de coinfecção se manifesta como uma forma de hepatite aguda benigna, assemelhando-se ao quadro clássico de hepatite B aguda:

 

  • A infecção aguda pelo vírus D pode se manifestar com fadiga, hiporexia, icterícia e vômitos. Na coinfecção, geralmente observam-se dois picos de elevação de transaminases com intervalo de 2-5 semanas entre eles. O primeiro pico, geralmente, é associado à infecção pelo vírus B, e o segundo, pelo vírus delta. Os sintomas desaparecem com 2-10 semanas. O risco de insuficiência hepática aguda fulminante é maior na coinfecção do que na monoinfecção pelo vírus B;
  • Em pacientes com infecção crônica pelo vírus B e D, podem ser encontrados fadiga, hiporexia, náuseas, dor em hipocôndrio direito e artralgia. Deve-se atentar a sinais de insuficiência hepática crônica. A evolução é mais agressiva que na hepatite B crônica isolada.

Hepatite viral aguda:

  • Período prodrômico ou pré-ictérico: Após o período de incubação do agente etiológico e anteriormente ao aparecimento da icterícia. Os sintomas são inespecíficos e incluem anorexia, náuseas, vômitos, diarreia ou, raramente, constipação, febre baixa, cefaleia, mal-estar, astenia e fadiga, aversão ao paladar e/ou olfato, mialgia, fotofobia, desconforto no hipocôndrio direito, urticária, artralgia ou artrite, e exantema papular ou maculopapular;
  • Fase ictérica: Consiste no aparecimento da icterícia, com concomitante diminuição dos sintomas prodrômicos. Observa-se hepatomegalia dolorosa, com ocasional esplenomegalia;
  • Fase de convalescença: Ocorre após o desaparecimento da icterícia. A recuperação completa pode ocorrer após algumas semanas, mas a fraqueza e o cansaço podem persistir por vários meses.

Hepatite viral crônica: A cronicidade se caracteriza pela detecção de material genético ou de antígenos virais por um período de 6 meses após o diagnóstico inicial. A infecção crônica pode cursar de forma oligo/assintomática ou sintomática, normalmente com agravamento da doença hepática a longo prazo.

Nesses casos, os indivíduos apresentam sinais histológicos de lesão hepática (inflamação, com ou sem fibrose) e marcadores sorológicos ou virológicos de replicação viral, e podem transmitir o vírus. A cronicidade é elevada na superinfecção (> 70% dos casos) e menor na coinfecção (~ 5%).[cms-watermark]

Marcadores de gravidade: Evolução para cirrose e/ou carcinoma hepatocelular.[cms-watermark]

Fatores de risco:

  • Usuários de drogas injetáveis;
  • Homens que fazem sexo com homens;
  • Indivíduos com múltiplos parceiros sexuais;
  • Indivíduos portadores do vírus HIV ou da hepatite C;
  • Indivíduos com história de múltiplas transfusões;
  • Regiões de alta prevalência para vírus D.
Este conteúdo foi desenvolvido por médicos, com objetivo de orientar médicos, estudantes de medicina e profissionais de saúde em seu dia a dia profissional. Ele não deve ser utilizado por pessoas que não estejam nestes grupos citados, bem como suas condutas servem como orientações para tomadas de decisão por escolha médica. Para saber mais, recomendamos a leitura dos termos de uso dos nossos produtos.
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