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Infectologia6 julho 2024

Whitebook: Saiba diagnosticar e tratar a erliquiose, doença causada por carrapatos

A erliquiose têm apresentado aumento no número de casos nas últimas semanas e está no Whitebook Clinical Decision para ser acessado.
Por Afya Whitebook

Nesta semana, trazemos dados sobre a fisiopatologia e manifestações clínicas da erliquiose humana, doença infecciosa causada por bactérias intracelulares obrigatórias, pertencentes aos gêneros Ehrlichia ou Anaplasma, transmitidas por carrapatos. Os registros de erliquiose no Brasil têm aumentado nas últimas semanas, possivelmente relacionados a crises climáticas recentes.

As doenças denominadas erliquiose (ou ehrlichiose) são transmitidas por carrapatos de roedores, pequenos mamíferos, equinos, veados, búfalos, coiotes, gansos e apresentam manifestações clínicas, abordagem diagnóstica e tratamento semelhantes.

Outras espécies associadas a essas síndromes, mas em menor frequência, são: Ehrlichia ewingii e Neorickettsia sennetsu. Considera-se também a transmissão vertical, por manipulação de carnes dos animais citados ou por doação de sangue ou transplantes, associada à disseminação desses microrganismos.

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Fisiopatologia

A Erliquiose monocítica humana (EMH), causada pela espécie Ehrlichia chaffeensis, transmitida pelos vetores Amblyomma americanum, Amblyomma maculatum, Dermacentor variabilis, Ixodes pacificus, Ixodes ricinus, Ixodes persulcatus e Ixodes scapularis, e caracterizada por infecção de monócitos.

Anaplasmose granulocítica humana (AGH), associada a Anaplasma phagocytophilum (previamente denominada Ehrlichia phagocytophila e Ehrlichia equi), transmitida pelos carrapatos vetores Amblyomma americanum e Ixodes scapularis, e caracterizada por infecção de granulócitos.

Adicionalmente, o vetor I. scapularis é o mesmo da doença de Lyme (B. burgdorferi) e da babesiose, e muitos relatos indicam a possibilidade de coinfecção com esses microrganismos. Não há evolução para doença crônica.

Manifestações clínicas

As manifestações clínicas podem incluir: febre; cefaleia; mal-estar; calafrios; mialgia; artralgia; rigidez; náuseas; vômito; anorexia; estado confusional; rash cutâneo (raro) macular, maculopapular ou petequial; alteração do nível de consciência; rigidez de nuca.

Em crianças, as principais manifestações da doença foram febre, cefaleia, mialgia e rash cutâneo. Linfadenopatia, náuseas, vômito e alteração do estado mental são comuns. A dor abdominal também é um sintoma usual. A anaplasmose raramente acomete crianças.

A doença geralmente apresenta quadro moderado a grave em grávidas, com possível aborto. E os pacientes com idade avançada com uso de imunossupressores, doença crônica ou neoplasia apresentam comumente quadro grave.

Complicações

Convulsões, coma, falência renal e respiratória, insuficiência cardíaca congestiva, insuficiência respiratória, coagulopatia, miocardite, tamponamento cardíaco, enfecalopatia e coma. As infecções oportunistas podem incluir infecção por herpes-vírus simples, esofagite, aspergilose invasiva e candidíase, com possível evolução para choque séptico ou toxico.

Complicações pós-infecciosas neurológicas como polineuropatia desmielinizante e plexopatia braquial já foram descritas associadas com AGH. A linfo-histiocitose hematofagocítica já foi relatada como associada a E. chaffeensis, provocando quadro fulminante de difícil tratamento.

Para saber mais sobre esta doença, acesse o Whitebook Clinical Decision.

 

A temática erliquiose teve um aumento expressivo de acessos entre os usuários do Afya Whitebook nas últimas semanas, entre os dias 07 de junho e 06 de julho, segundo o nosso detector de eventos epidemiológicos (WB Insights). Este fato pode refletir em um aumento no número de diagnósticos. Considere essa informação na sua prática.

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