O que devo lembrar sobre amaurose fugaz?
Amaurose fugaz descreve uma perda visual transitória. Em adultos, na maioria dos casos, a amaurose é resultado de uma oclusão ou estenose.
O termo amaurose fugaz é utilizado para descrever uma perda visual transitória. Em adultos, em grande parte dos casos, a amaurose é resultado de uma oclusão ou estenose na circulação da artéria carótida interna. Tromboembolismo originário da circulação carotídea, assim como a hipoperfusão causada por estenose, são os mecanismos possíveis.
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Quais são os fatores de risco?
A amaurose fugaz ocorre principalmente em pacientes acima dos 50 anos que têm fatores de risco vasculares incluindo hipertensão, diabetes, hipercolesterolemia, tabagismo, episódios prévios de ataque isquêmico transitório, doença cardíaca e claudicação, uso de cocaína. O risco de infarto hemisférico em pacientes com amaurose fugaz é estimado em 2% ao ano e 3% ao ano para os que se apresentam com embolia retiniana.
Por que ocorre?
Em relação a fisiopatologia, a amaurose pode ocorrer não só associada ao tromboembolismo, mas por hipoperfusão, vasoespasmo, viscosidade aumentada (como na leucemia e no mieloma multiplo) e na doença cerebrovascular ateroesclerótica.
A perda de visão é geralmente unilateral, indolor e transitória. Na maior parte dos casos demora de poucos segundos a minutos. A perda pode envolver todo o campo visual ou ser parcial. O paciente pode ter um ou múltiplos episódios. Em qualquer pessoa acima dos 60 anos apresentando mais de um episódio, deve ser suspeitada a arterite de células gigantes.
O que encontramos no exame?
Durante o exame oftalmológico pode ser vista a placa de colesterol dentro do vaso retiniano, conhecida como placa de hollenhorst. Dependendo da extensão da isquemia retiniana resultante, pode se desenvolver a oclusão da artéria central da retina ou de um ramo. Em alguns pacientes, particularmente os com síndrome ocular isquêmica, a exposição a luzes brilhantes pode provocar os episódios.
Esses pacientes podem ter queda da acuidade visual com a progressão da doença. O olho afetado pode ter injeção episcleral e mínima reação de câmara anterior. Pressão intraocular pode ser normal ou baixa devido a perfusão diminuída no corpo ciliar (que é responsável pela produção do aquoso). A fundoscopia demonstra vasos retinianos tortuosos e dilatados com estreitamento arteriolar e hemorragias em pontos e manchas na média periferia.
Com a hipoperfusão persistente, a isquemia progride e podemos ter neovascularização de íris, ângulo, retina e disco óptico.
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Quais são os diagnósticos diferenciais da perda visual unilateral?
- Oclusão de veia/artéria central da retina;
- Arterite de células gigantes;
- Epilepsia;
- Anemia falciforme;
- Esclerose múltipla;
- Papiledema
Se a amaurose fugaz não for diagnosticada e tratada o paciente tem um risco aumentado de infarto no futuro. Muitos pacientes não tratados com placas significativas irão desenvolver um evento maior em até 12 meses. Os pacientes submetidos a endarterectomia carotídea têm um bom prognóstico, porém o risco de eventos cardíacos adversos ainda existe.
Referências bibliográficas:
- Tadi P, Najem K, Margolin E. Amaurosis Fugax. 2021 Jan 31. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2021 Jan. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK470528/
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