A forma de cobertura em fraturas complexas do MI influencia a longo prazo?
O WHIST (Wound Healing in Surgery for Trauma) foi um ensaio clínico randomizado multicêntrico realizado no Reino Unido composto por pacientes maiores de 16 anos com fraturas complexas do membro inferior que comparou tipos de cobertura das feridas. Foram divididos em terapia por pressão negativa ou coberturas realizadas após a fixação das fraturas. Recentemente foi publicado na revista “Bone and Joint” um estudo com o objetivo de avaliar os pacientes do WHIST com cinco anos de follow-up.
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O ESTUDO
Um total de 1548 pacientes foram randomizados 1:1 nos dois grupos e foram excluídos pacientes que se apresentaram após 72 horas da lesão ou que suas feridas não puderam ser cobertas primariamente. O desfecho principal de resultado foi o DRI (Disability Rating Index) relatado pelo paciente, que é um questionário de escala visual analógica (VAS) autoadministrado de 12 itens que avalia a classificação da disfunção do paciente.
Os desfechos secundários avaliados foram quatro:
– EuroQol five-dimension five-level questionnaire (EQ-5D-5L) para qualidade de vida;
– Escala visual analógica (EVA) para dor;
– Doleur Neuropathique Questionnaire (DN4) para dor neuropática;
– Complicaçōes.
Um total de 1.015 dos pacientes originais (66%) forneceram pelo menos um conjunto de dados de resultados durante os cinco anos de acompanhamento. Não houve evidência de diferença na incapacidade relatada pelo paciente entre os dois grupos em cinco anos (grupo pressão negativa média DRI 30,0 (DP 26,5), grupo de cobertura padrão média DRI 31,5 (DP 28,8), diferença ajustada -0,86 (IC 95% -4,14 a 2,40; p = 0,609). Também não houve evidência de diferença nas taxas de complicação, EVA e EQ-5D-5L neste momento.
CONCLUSÃO
Não foram encontradas evidências de diferença nas classificações de incapacidade entre a terapia por pressão negativa em comparação com coberturas de feridas padrão nos cinco anos seguintes ao tratamento cirúrgico de uma fratura complexa do membro inferior. Pacientes em ambos os grupos relataram altos níveis de incapacidade persistente e qualidade de vida reduzida, com pouca evidência de melhora durante esse período.
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