No dia de hoje presenciamos o segundo dia do 57º Congresso anual da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia e começamos o dia com uma das sessões mais marcantes dessa edição. No auditório 6, Sala Dr. Saulo Monteiro aconteceu a sessão “A carreira do ortopedista: dúvidas e planejamento.”
Durante as palestras ministradas por ortopedistas renomados e de longo período de experiência, os jovens ortopedistas receberam conselhos sobre formação acadêmica e profissional, além de como equilibrar a vida de trabalho e pesquisas com a pessoal de lazer e familiar. A sessão foi finalizada com o belo depoimento do dr Walter Albertoni já numa conversa com cirurgiões mais experientes sobre quando e como se aposentar na ortopedia. A prática cirúrgica geralmente é abandonada antes da clínica, que se encerra poucos anos depois.
Ainda pela manhã acompanhamos a apresentação de sessão de doenças osteometabólicas tendo a osteoporose como principal centro. Discussão acerca de micronutrientes como eletrólitos, vitaminas e proteínas atuando na doença, estratificação de risco e tratamento. As medicações utilizadas como o Denosumab e os bifosfonatos são eficientes, porém não livres de efeitos indesejáveis como fraturas patológicas e osteonecrose de mandíbula no caso do segundo. A prática do manejo de doenças osteometabólicas como a osteoporose exige alto conhecimento de medicina molecular e metabologia e, muitas das vezes associação com outras especialidades médicas para manejo correto do paciente.
Na mesma sala, no horário do almoço tivemos lotação máxima para o Simpósio Afya com duas aulas ministradas: “Medicina do Exercício e do Esporte e sua importância na Ortopedia” e “Lesōes no punho do tenista”. Na primeira, o Dr. Selênio Campos abordou temas como controle de carga de treinamento, doping e emergências à beira do campo de jogo. O tema foi interessantíssimo pois muitos dos médicos que trabalham com esporte são ortopedistas sem a devida formação esportiva, necessitando atualização e conhecimento na área.
A pós em Medicina do Esporte e Exercício da Afya, coordenada pelo Dr. Selênio é uma boa oportunidade de aperfeiçoamento da prática. Na segunda aula, apresentei as lesões dos tenistas em relação ao tipo de empunhaduras utilizadas em seus jogos. O tênis moderno visa cada vez mais gerar força e “spin” na bola acarretando o aumento do número de lesões tendo em especial as tendinites (principalmente a do extensor ulnar do carpo) e do complexo da fibrocartilagem triangular.
Ainda podemos assistir no dia de hoje o Fórum de Ética, dignidade e valorização do ortopedista da SBOT, com destaque para a criação da comissão de defesa do profissional da SBOT, associando aconselhamento e serviços jurídicos. Houve também discussão acerca da regulação das operadoras de saúde quanto a glosas e autorizações, situações muito frequentes enfrentadas pelo ortopedista que trabalha atendendo planos de saúde.
Autoria

Giovanni Vilardo Cerqueira Guedes
Editor Médico de Ortopedia da Afya ⦁ Mestre em Ciências Aplicadas ao Sistema Musculoesquelético (INTO) ⦁ Ortopedista, Cirurgião da Mão e Microcirurgião formado pelo Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad - INTO ⦁ Graduação em Medicina pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) ⦁ Fellowship em Cirurgia da Mão e Artroscopia de Punho pela International Bone Research Association - IBRA (Clínica Teknon, Barcelona, Espanha, 2022)
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