O que é e como identificar a “medula ancorada”?
A medula ancorada é patologia definida como não desenvolvimento do filo terminal, consequentemente não há desenvolvimento da medula até os níveis normais.
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Medula ancorada é um diagnóstico incomum geralmente dado durante a infância ou no início da fase adulta, caracterizado pelo não desenvolvimento do filo terminal medular. Decorrente disso, a medula fica presa ao nível da coluna lombar baixa ou mesmo ao nível sacral.
A suspeita clínica é levantada geralmente na infância, a partir de alguma alteração de pele na região lombar que levante a suspeita de doença oculta medular. Alterações podem ser muito visíveis desde o nascimento ou mesmo discretas como um tufo de cabelo ou pequeno orifício. O exame do neonato, portanto, torna-se fundamental para a identificação da alteração e aumento da suspeição clínica.
Não é regra a ocorrência de alterações externas, e, nestes casos, o diagnóstico acaba sendo realizado mais tardiamente, a partir do aparecimento de sinais e sintomas de comprometimento de raízes medulares, sendo estes: atrofia muscular dos membros inferiores, dor lombar e/ou neuropática e fraqueza de membros inferiores. Pacientes apresentando quadros suspeitos devem ser encaminhados para exame de imagem para investigação medular, sendo o padrão ouro a ressonância magnética de toda a medula. Vale destacar a importância de mapear toda a medula, dado que há risco aumentado de outras alterações congênitas concomitantes.
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O tratamento é cirúrgico, embora haja na literatura indicações de conduta expectante para pacientes assintomáticos. Para estes casos, no entanto, evidências mostram um piora dos casos ao assumir conduta clínica expectante.
Referências
- Agarwalla, Pankaj K., et al. “Tethered cord syndrome.” Neurosurgery Clinics of North America 18.3 (2007): 531-547.
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