Logotipo Afya
Anúncio
Pediatria29 setembro 2025

AAP 2025: O que há de novo no cuidado contraceptivo de adolescentes?

Confira os avanços clínicos e as novas diretrizes para o cuidado com adolescentes no contexto da saúde reprodutiva, abordados no AAP 2025
Por Jôbert Neves

Durante o Congresso da Academia Americana de Pediatria (AAP 2025), em Denver/EUA, uma das sessões abordou as transformações recentes no cuidado com adolescentes no contexto da saúde reprodutiva. A palestra da Dra. Melissa Menezes trouxe uma análise sobre os avanços clínicos, as novas diretrizes e os desafios enfrentados por profissionais que atuam com esse perfil de paciente. Em tempos de mudanças rápidas e influência crescente das redes sociais, o pediatra geral precisa estar preparado para orientar adolescentes com segurança, empatia e base científica. 

A taxa de natalidade entre adolescentes nos Estados Unidos continua em queda, reflexo de maior acesso à informação, mudanças comportamentais e ampliação das opções de cuidado. Ainda assim, persistem desigualdades raciais e geográficas que exigem atenção.  

Veja também: Contraceptivos hormonais em adolescentes menores de 14 anos

A aula destacou como os avanços tecnológicos e farmacológicos têm ampliado as possibilidades de cuidado, com métodos mais seguros, acessíveis e com perfis de efeitos colaterais mais favoráveis. Veja de forma objetiva: 

Métodos de longa duração 

  • Oferecem proteção por vários anos com uma única aplicação ou inserção. 
  • Não exigem manutenção diária ou mensal. 
  • Alta eficácia e adesão, especialmente entre adolescentes com rotina instável. 
  • Estudos recentes indicam que podem ser usados com segurança por períodos maiores do que os oficialmente aprovados. 

Métodos orais acessíveis 

  • Alguns disponíveis sem necessidade de prescrição médica. 
  • Fáceis de obter em farmácias e redes de drogarias. 
  • Requerem disciplina para uso diário, o que pode ser um desafio para alguns adolescentes. 
  • Boa opção para quem prefere métodos discretos e reversíveis. 

Métodos com benefícios adicionais 

  • Contribuem para melhora da acne, controle do ciclo menstrual e sintomas hormonais. 
  • Maior aceitação entre adolescentes que buscam benefícios estéticos ou regulatórios. 
  • Alternativa útil para pacientes com contraindicação ao uso de estrogênio. 

Métodos não hormonais modernos 

  • Opções para adolescentes que preferem evitar os hormônios. 
  • Menor risco de efeitos sistêmicos. 
  • Efetividade depende do uso correto e consistente. 
  • Incluem barreiras físicas, reguladores de pH vaginal e métodos naturais com suporte tecnológico. 

Tecnologias emergentes 

  • Aplicativos de planejamento familiar baseados em temperatura basal e histórico menstrual. 
  • Implantes biodegradáveis e métodos masculinos em fase de pesquisa. 
  • Potencial para ampliar a autonomia e personalização do cuidado. 
  • Ainda em fase de estudos ou aprovação regulatória. 

Outro ponto crítico abordado foi o impacto das redes sociais na percepção dos adolescentes sobre saúde reprodutiva. A disseminação de informações, muitas vezes imprecisas, tem influenciado decisões e gerado resistência a certos cuidados. O profissional de saúde precisa estar atento a essas narrativas, validando preocupações e oferecendo orientações claras e baseadas em evidência. 

Mensagem prática para pediatras gerais 

  • Ao atender adolescentes, esteja preparado para conversar sobre saúde reprodutiva com linguagem acessível, sem julgamentos e com base científica; 
  •  Atualize-se sobre as diretrizes clínicas, especialmente em pacientes com condições crônicas; 
  • Esteja atento às preocupações que surgem nas redes sociais e ofereça informações claras, seguras e empáticas; 
  • Crie um ambiente de confiança, onde o jovem se sinta acolhido para discutir suas dúvidas e tomar decisões conscientes sobre sua saúde. 

 Confira os destaques do Congresso da American Academy of Pediatrics! 

Autoria

Foto de Jôbert Neves

Jôbert Neves

Médico do Departamento de Pediatria e Puericultura da Irmandade da Santa Casa  de Misericórdia de São Paulo (ISCMSP), Pediatria e Gastroenterologia Pediátrica pela ISCMSP, Título de Especialista em Gastroenterologia Pediátrica pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).  Médico formado pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Coordenador Young LASPGHAN do grupo de trabalho de probióticos e microbiota da Sociedade Latino-Americana de Gastroenterologia, Hepatologia e Nutrição Pediátrica (LASPGHAN).

Como você avalia este conteúdo?

Sua opinião ajudará outros médicos a encontrar conteúdos mais relevantes.

Compartilhar artigo

Newsletter

Aproveite o benefício de manter-se atualizado sem esforço.

Anúncio

Leia também em Pediatria