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Ginecologia e Obstetrícia22 setembro 2025

Congresso Brasileiro PTGI - Novo modelo de rastreamento do câncer cervical 

Entre os principais tópicos discutidos na sessão, estão: teste de HPV, triagem citológica e população a ser rastreada. Confira!

Foi realizado entre os dias 18 e 20 de setembro/2025, em Goiânia/GO, o Congresso Brasileiro de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia. A Dra. Caroline Oliveira, editora chefe de GO dos produtos digitais da Afya e professora de ginecologia da Universidade Federal Fluminense-RJ, acompanhou o evento e destacou os principais tópicos discutidos apresentados.   

Mesa redonda – Novo modelo de rastreamento do câncer cervical 

O evento apresentou a Mesa Redonda sobre o Novo modelo de rastreamento do câncer cervical, coordenada pela professora Yara Furtado, da UFRJ. 

A Dra. Ana Katherine Gonçalves, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, falou sobre o teste HPV e suas vantagens. 

Sabe-se que o câncer de colo uterino continua sendo um importante problema de saúde pública sendo a principal causa de morte entre as mulheres até 36 anos. 

O teste de detecção do DNA HPV é superior à colpocitologia em sensibilidade, sendo mais custo-efetivo e permite diagnósticos mais precoces, intervalos de rastreamento mais seguros, auto-coleta, tendo maior impacto em saúde pública.  

Serão rastreadas mulheres entre 25 e 60 anos de 5 em 5 anos com teste de HPV com genotipagem. 

O papel da triagem citológica 

A Dra. Maricy Tacla, da USP, palestrou sobre o papel da triagem citológica.  

A citologia isolada tem sensibilidade limitada, porém alta especificidade. Logo, baixas taxas de falsos positivos. Com a mudança para rastreio primário com a pesquisa molecular do HPV, a citologia reflexa (realizada na mesma amostra) terá um papel como triagem após resultado da presença de HPV de alto risco não 16/18.  

Assim, seguindo estudos e protocolos internacionais, a citologia reflexa é utilizada para estratificar o risco e decidir sobre o encaminhamento para colposcopia. 

O Dr. Fábio Russomano, da FIOCRUZ-RJ, falou sobre qual a população a ser rastreada 

Reforçou que as mulheres e pessoas com colo uterino com história de atividade sexual entre 25 e 60 anos são a população alvo de rastreamento. 

Não existem estudos comprovando benefícios de rastrear abaixo de 25 anos em imunocompetentes.  

Rastrear a partir dos 25 anos leva a maior prevenção de mortes por câncer em comparação ao prejuízo do possível aumento de partos prematuros segundo modelos matemáticos. 

Com relação ao encerramento do rastreamento aos 60 anos é fundamental que elas tenham um histórico de testes negativos para ter segurança com essa decisão. 

No caso de mulheres em situações de imunossupressão, o início do rastreamento deve ser após a sexarca e não encerrar aos 60 anos dada à maior prevalência de persistência viral e de lesões. 

Indicações para a colposcopia 

A Dra. Carmem Luiza Leite de Sergipe fechou a mesa falando sobre as indicações para a colposcopia. 

Após um rastreamento com teste de HPV positivo para os tipos 16 e/ou 18 ou quando presentes outros tipos de HPV de alto risco e citologia reflexa alterada, devemos encaminhar a paciente para colposcopia. 

Durante a colposcopia serão buscados achados maiores ou suspeitos de invasão para o diagnóstico precoce das lesões. 

Mensagem final 

A mudança do rastreamento do câncer do colo uterino para o teste de HPV que apresenta melhor desempenho diagnóstico e seu uso organizado é fundamental para conseguirmos eliminar esta doença que é um grande problema de saúde pública mundial. 

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