O Conselho Federal de Medicina (CFM) iniciou, no último dia 14 de março, uma intervenção emergencial e por tempo indefinido no Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj), alegando condutas que desrespeitam as normas da gestão pública. A medida foi oficializada por meio de resolução publicada no Diário Oficial da União.
Irregularidades
A intervenção foi motivada por uma vistoria realizada em janeiro de 2025, que apontou problemas como despesas excessivas com aluguéis, compras sem licitação, falta de transparência, e conflitos de interesse. O CFM também criticou a ineficiência na gestão financeira do Cremerj, que não implementou a maioria das recomendações feitas em uma auditoria anterior, de junho de 2024.
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Como resultado, a diretoria do Cremerj foi afastada, exceto pelo corregedor, vice-corregedor e diretores de sede e representações, que permanecerão nos cargos, mas sem direito a voto nas reuniões. A medida foi criticada pela diretoria do Cremerj, que afirmou não ter sido informada oficialmente sobre os resultados da auditoria.
Críticas à intervenção
“Reafirmamos que as contas do Cremerj são públicas e acessíveis no Portal da Transparência. Não há qualquer fato que justifique a intervenção, senão interesses políticos que tentam desestabilizar um grupo legitimamente eleito. Essa ação nos parece uma clara represália contra a postura independente e combativa do Cremerj na defesa dos interesses da categoria médica”, diz um trecho da nota.
O Cremerj também argumenta que, desde que começou a ser auditado, está com as contas em dia e R$ 20 milhões em caixa. A autarquia ainda pode recorrer da decisão.
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