Gravidade dos sintomas da covid longa varia nos diferentes grupos demográficos
Utilizando dados do aplicativo “Living with covid recovery”, uma pesquisa recente revelou que a covid longa afeta pessoas de forma diferente, com a gravidade dos sintomas variando significativamente entre diferentes grupos demográficos.
De acordo com o material publicado no JRSM Open, idosos, mulheres, minorias étnicas e pessoas com menor nível de escolaridade e renda tendem a apresentar sintomas mais intensos e duradouros, como fadiga, dificuldades cognitivas e dores no corpo.
Esses achados destacam a importância de desenvolver estratégias de tratamento personalizadas e de fortalecer a rede de cuidados para pacientes com Covid longa, especialmente aqueles pertencentes a grupos vulneráveis.
O estudo
O estudo revelou um quadro complexo de sintomas de longa duração da covid-19, com 77% dos participantes reportando múltiplas queixas. Dores, dificuldades cognitivas, fadiga crônica e falta de ar foram as mais frequentes.
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Análises estatísticas mostraram que a intensidade desses sintomas estava diretamente ligada a fatores como idade, gênero, etnia, nível educacional e condições socioeconômicas. Indivíduos mais velhos, mulheres, minorias étnicas e pessoas com menor acesso a recursos apresentaram sintomas mais graves e duradouros.
Esses resultados evidenciam a necessidade urgente de desenvolver estratégias de tratamento personalizadas e de fortalecer a rede de cuidados para pacientes com covid longa, especialmente aqueles pertencentes a grupos vulneráveis.
No Brasil
No Brasil, um estudo da Fiocruz realizado em abril deste ano identificou que cerca de 50% das pessoas diagnosticadas com covid-19 apresentaram sintomas pós-infecção. Os resultados mostraram ainda que a proporção da ocorrência de covid longa é maior entre as pessoas do sexo feminino (88%) do que entre os indivíduos do sexo masculino (52%). Mostra também que ela é maior entre os não vacinados (72,5%) do que entre os que tomaram a vacina (59%).
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*Este artigo foi revisado pela equipe médica do Portal Afya.
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