Manipulados à base de semaglutida estão ligados a pelo menos 10 mortes nos EUA

A fabricante dinamarquesa dos medicamentos Ozempic e Wegovy, Novo Nordisk, afirmou ter conhecimento de pelo menos 10 mortes e 100 hospitalizações nos Estados Unidos relacionadas com versões manipuladas da semaglutida, substância ativa presente em ambos os remédios indicados para diabetes tipo 2 e obesidade. 

Em entrevista à CNN americana, Lars Fruergaard Jorgensen, presidente e CEO da empresa, expressou preocupação ao afirmar estar “muito alarmado” com a situação. Os dados foram obtidos do sistema público de notificação de eventos adversos da agência reguladora dos Estados Unidos, a Food and Drugs Administration (FDA). 

Leia ainda: Semaglutida versus saúde mental: existe alguma associação? 

Em outubro desse ano, a agência divulgou um comunicado afirmando ter recebido “relatos de eventos adversos associados a versões manipuladas de semaglutida”, o que gerou “algumas preocupações”. No entanto, alertou ainda que registros de eventos adversos não são verificados, o que dificulta a confirmação de que os problemas de saúde sejam causados diretamente pelo medicamento. 

Remédios manipulados, produzidos por farmácias diferentes das fabricantes aprovadas, podem ser usados em casos de escassez ou doses específicas nos Estados Unidos. No entanto, esses produtos não são revisados pela FDA quanto à segurança ou eficácia. 

Como a semaglutida é difícil de sintetizar, o CEO acredita que tais produtos possam ser fraudulentos. “Pacientes acreditam que estão tendo acesso a um produto seguro. Eu tenho certeza que não estão recebendo semaglutida, porque existe apenas uma verdadeira, que é produzida pela Novo Nordisk, e nós não a vendemos para outros”, afirmou Jorgensen.

Saiba mais: Anvisa alerta sobre o uso de agonistas de GLP-1 em procedimentos com anestesia