A Organização Mundial da Saúde incluiu o vírus da hepatite D (HDV) na lista de agentes cancerígenos para humanos, segundo a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC). Ele passa a ter a mesma classificação de risco das hepatites B e C e do Papilomavírus Humano (HPV). A decisão reforça a necessidade de acelerar ações de prevenção, diagnóstico e tratamento, diante do impacto global da doença.
Risco de câncer
As hepatites B, C e D afetam mais de 300 milhões de pessoas e causam cerca de 1,3 milhão de mortes anuais, principalmente por cirrose e carcinoma hepatocelular. O HDV infecta apenas indivíduos previamente contaminados pelo vírus da hepatite B (HBV) e está associado a um risco de câncer de fígado de duas a seis vezes maior do que a infecção isolada pelo HBV.
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Transmissão da hepatite D
Existem duas formas de infecção: coinfecção simultânea pelo HBV e HDV ou superinfecção em portadores crônicos do HBV. A coinfecção é considerada a mais grave, podendo levar à cirrose em poucos anos, além de aumentar a probabilidade de descompensação hepática e morte.
A transmissão ocorre pelos mesmos mecanismos da hepatite B: contato sexual desprotegido, transmissão vertical, compartilhamento de objetos perfurocortantes ou procedimentos invasivos sem biossegurança.
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A maioria dos casos pode ser assintomática, mas, quando presentes, os sintomas incluem fadiga, dor abdominal, icterícia, náuseas, urina escura e fezes claras.
A prevenção mais eficaz é a vacinação contra a hepatite B, que indiretamente impede a infecção pelo HDV. As opções terapêuticas estão em evolução; atualmente, o manejo visa conter o dano hepático, sendo essencial o acompanhamento especializado e a abstinência alcoólica.
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Para a OMS, a redução das mortes por cirrose e câncer depende da ampliação da cobertura vacinal, integração dos serviços de testagem e tratamento e fortalecimento de estratégias de redução de danos.
*Este artigo foi revisado pela equipe médica do Portal Afya.
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