Vírus da gripe aviária mostra sinais de adaptação a humanos
O patógeno foi isolado no primeiro caso de infecção humana doméstica registrada no Canadá. O paciente, um adolescente residente da província da Columbia Britânica, se encontra internado em estado grave. De acordo com os dados divulgados pela Agência de Saúde Pública do Canadá (Public Health Agency of Canada – PHAC) o sequenciamento genético do vírus da gripe aviária presente no paciente demonstrou mutações que o tornariam mais bem adaptado a infeção em humanos.
“A Agência de Saúde Pública do Canadá está trabalhando com nossos parceiros de saúde humana e animal para investigar e responder rapidamente a este caso”, afirmou em nota a Dra. Theresa Tam, Diretora de Saúde Pública do Canadá.
Gripe Aviária: diagnóstico laboratorial
De acordo com a PHAC, o risco de contaminação mais disseminada permanece baixo, continuando o grupo de risco sendo pessoas com contato não protegido com animais infectados. Os contatos próximos do adolescente infectado foram testados e tiveram resultado negativo para o vírus.
Embora não tenha sido constatada ligação, a província da Columbia Britânica passa por um surto de gripe aviária (Influenza A (H5N1), clado 2.3.4.4b, genotipo D1.1) que afeta fazendas de criação de aves.
Surtos de gripe aviária
Embora, até hoje, de acordo com autoridades de saúde e dentro do que foi observado no mundo, o vírus da influenza aviária não infecte humanos com facilidade e não exista registro de uma infecção sustentada entre humanos. Sempre que os vírus da influenza aviária circulam entre aves, há risco de casos em humanos pela exposição a aves infectadas ou ambientes contaminados.
Em 2023, o Brasil chegou a decretar emergência zoossanitária devido a detecção do vírus em animais silvestres. Surtos em fazendas de criação ocorrem com certa consistência pelo mundo e em abril deste ano, no México, ocorreu a primeira morte devido a variante H5N2 do vírus.
Por todo ano de 2024, os Estados Unidos têm confirmado casos em animais de abate, tanto aves quanto gado, e em aves silvestres, com infecções eventuais em humanos que tiveram contato com esses animais ou com os locais de criação. De acordo com o CDC americano, foram 53 casos de infecção em humanos este ano (a maioria ligada a locais de criação de gado).
Esse surto sustentado em animais de criação tem feito com que autoridades de saúde pública liguem o alerta para a possibilidade de mais casos em humanos.
Como você avalia este conteúdo?
Sua opinião ajudará outros médicos a encontrar conteúdos mais relevantes.