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Saúde12 setembro 2024

Você sabe qual é a profissão com a maior taxa de suicídio?

Você sabe qual é o emprego com o maior número de pessoas que cometem suicídio? Não, calma, não é a medicina.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, por ano, mais de 720 mil pessoas morrem por suicídio, fazendo com que essa seja uma das principais causas de morte entre pessoas em idade produtiva. Com o intuito de guiar estratégias de prevenção ao suicídio para a população entre 16 a 64 anos, o Centers for Disease Control and Prevention (CDC) dos Estados Unidos publicou relatório com dados sobre as profissões que apresentam os maiores índices de suicídio.

A publicação do CDC dividiu as informações coletadas por área de atuação. Desse modo, as áreas de Mineração, Construção e Serviços Gerais mostraram os índices de suicídio mais altos que a média geral, que ficou em 17,8 para cada 100.000 habitantes para os dados contabilizados (até 2021), quando separado por sexo, o índice geral ficou em 32/100.000 entre homens e 8/100.000 para mulheres.

Os dados mais específicos de campo de atuação mostram índices muito altos para trabalhadores de determinadas funções como 173,1/100.000 para cientistas trabalhando na indústria de alimentos ou de agricultura, 147,5 para profissionais da indústria aeroespacial e 138,7 para músicos, cantores e afins. Entretanto, o CDC explica que esses números altíssimos podem ser devido a um universo reduzido de trabalhadores e falecidos.

Você sabe qual é a profissão com a maior taxa de suicídio?

Imagem de freepik

Índices de suicídio entre profissionais da saúde

Entre os profissionais ligados à área de saúde, o relatório aponta índices médios de 22/100.000 entre homens e 9,4/100.000 entre mulheres. Contudo, há uma grande variação quando se isola trabalhadores ligados ao cuidado psiquiátrico e atenção domiciliar, com as médias chegando a 38,2 e 11,2, para homens e mulheres respectivamente.

Limitações e outros estudos

Embora os índices de suicídio totais entre profissionais da saúde e o público geral não sejam tão diferentes quanto nas áreas de maior índice do relatório. Alguns estudos e pesquisadores acreditam que essas taxas, principalmente entre médicos, podem estar subestimadas. Além de apontarem que este tipo de levantamento exclui a população inativa, profissionais que já não estavam trabalhando quando da realização do ato, e aqueles com 65 anos ou mais.

Outro detalhe desse relatório do CDC é o fato de tratar apenas da população americana, que possui um índice de suicídio alto em comparação com a média mundial, 16,1 contra 9,1 por 100.000 habitantes, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Por exemplo, em um estudo norueguês, com dados do país entre 1980 e 2021, médicos apresentaram índices de suicídio duas vezes maior que outras pessoas com ensino superior. Outro estudo, uma revisão sistemática e meta-análise, publicado no BMJ, apontou um índice de suicídio 5% maior entre médicos homens comparados com a população geral, mas 76% maior para médicas mulheres. Contudo, quando comparados a outros de status socioeconômico similar, os médicos homens apresentaram índice de suicídio 81% maior na análise.

Prevenção do suicídio, uma questão de dados

Em artigo sobre o percepção e prevenção de suicídio entre médicos, apresentado durante Congresso da European Psychiatric Association (EPA), em 2024, os autores apontaram para limitação de dados relativos à questão como um entrave para conhecimento, principalmente em países nos quais o tópico é tabu. “Não existe um padrão para triagem de médicos para o risco de suicídio, esgotamento, ansiedade, depressão, abuso de substância ou coleta adequada de dados sobre suicídio.”, concluíram em relação aos países avaliados no estudo.

Saiba mais: Rompendo o silêncio: o tabu do suicídio no meio médico

A falta de dados também é um problema para a OMS, que considera a disponibilidade e a qualidade dos dados sobre suicídio e automutilação ruins. Com menos da metade de seus estados-membros apresentando registros de boa qualidade que podem ser usados ​para estimar os índices. Para a OMS, “dado o estigma em torno do suicídio — e a ilegalidade do comportamento suicida em alguns países — é provável que a subnotificação e a classificação incorreta sejam problemas maiores para o suicídio do que para a maioria das outras causas de morte.”

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Referências bibliográficas

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