CBMI 2023: Podemos diferenciar infecção de inflamação?
O professor britânico Mervyn Singer traz diversas informações sobre como diferenciar infecção de inflamação.
Um dos maiores pesquisadores mundiais em sepse, o professor britânico Mervyn Singer, proferiu uma palestra durante o Congresso Brasileiro de Medicina Intensiva (CBMI), abordando métodos para distinguir entre infecção e inflamação.
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Introdução
Diversas causas não infecciosas são frequentemente confundidas com sepse (“sepsis mimics”) (1), levando a um tratamento inadequado com antibióticos em pacientes não sépticos. Além disso, o diagnóstico equivocado da sepse resulta no reconhecimento e tratamento tardio da verdadeira condição subjacente. Portanto, diferenciar entre condições inflamatórias e infecciosas representa um grande desafio na nossa prática clínica.
Mimetizadores da sepse (“Sepse mimics”)
- Hipovolemia;
- Infarto Agudo do Miocárdio;
- Tromboembolismo pulmonar;
- Colite inflamatória;
- Efeitos adversos medicamentosos.
Além disso, a avaliação dos biomarcadores da sepse disponíveis (proteína C reativa; procalcitonina) não consegue distinguir de forma acurada infecção de inflamação.
Limitação de biomarcadores da sepse:
- Avaliam inflamação não necessariamente infecção.
- Mais sensíveis do que específicos.
- Elevação com cirurgia, trauma e pancreatite por exemplo.
- Podem estar normais na admissão (Elevação tardia da proteína C reativa em 12-18 horas e procalcitonina em 6-12 horas).
Novas tecnologias como os painéis moleculares de identificação de patógenos, que empregam reação em cadeia de polimerase para amplificar o material genético do patógeno (DNA; RNA), apresentam uma alternativa mais rápida e sensível no diagnóstico etiológico da sepse, além de permitir a avaliação da resistência bacteriana (3). Contudo, essa tecnologia é ainda pouco acessível e tem custo elevado, especialmente no Brasil. São necessários mais estudos para avaliar sua real custo-efetividade na sepse.
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Conclusão
- Mimetizadores de sepse são frequentes na prática clínica, resultando no uso inadequados de antibióticos. Além disso, o diagnóstico incorreto de sepse leva ao reconhecimento e tratamento tardio da verdadeira condição subjacente.
- Biomarcadores da sepse são sensíveis, porém não específicos para diferenciar infecção de inflamação.
- Novos tecnologias de avaliação molecular e painéis moleculares de identificação de patógenos podem auxiliar no diagnostico precoce da sepse e na exclusão de condições não infecciosas. Contudo, essas tecnologias são dispendiosas e ainda não está amplamente disponíveis.
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