O estudante de medicina e o jovem médico em formação precisam desenvolver habilidades para sua futura prática da medicina.
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O ritmo de produção do conhecimento médico-científico cresce em progressão geométrica. Em paralelo, há um expressivo desenvolvimento de tecnologias de assistência médica e globalização da informação no Google e nas redes sociais.
Com isso, o estudante de medicina e o jovem médico em formação precisam desenvolver habilidades para sua futura prática da medicina. Essas práticas devem ir além das tradicionais aulas expositivas teórico-práticas nas faculdades. Nesse artigo, trouxemos a visão do médico Bertalan Meskó, do site Medical Futurist, e de dois artigos de revisão sistemática publicados recentemente no Pubmed, de Nicolaides e cols e Johnson e cols.
O paciente precisa ser ouvido, tanto na sua consulta, para participar das decisões, como do planejamento macro da saúde, seja no hospital ou na coletividade. No Brasil, esse aspecto coletivo já tem os primórdios no SUS, onde há cadeira para representantes da sociedade civil nos comitês bi e tripartite. Os hospitais privados aos poucos aderem à essa qualificação. Como exemplo, em muitos deles já há programas de avaliação do atendimento e ajuste de ações para melhorar a percepção do usuário.
E como você pode fazer isso na sua prática? Explique ao paciente os fundamentos de sua decisão. Não é que ele vá decidir. Quem tem o conhecimento técnico é você. Mas, sim, para ele participar e, principalmente, nas decisões mais dúbias, expressar suas preferências. No hospital, integre o paciente e sua família no que está acontecendo. Porque está internado, o que se espera, o plano terapêutico. A tendência é termos a família cada vez mais presente no dia a dia das unidades hospitalares, incluindo o CTI/UCI.
O médico deve dar o exemplo. Se você é cardiologista, mas está acima do peso e fuma, o paciente verá isso com maus olhos. Já um encontro na academia provavelmente irá trazer uma imagem positiva. O mesmo para um dermato: pele bonita, sem excesso de sol e cheia de protetor!
Não adianta ficar esperneando contra novas tecnologias. Claro que você vai utilizá-las racionalmente: nem toda dor lombar deve fazer ressonância! Aqui o ponto é outro. Use o Google e o PubMed para se atualizar e filtrar o que há de relevante na sua especialidade; mostre seu trabalho (e não sua vida pessoal) no perfil profissional de sua rede social; aprenda e use novas tecnologias – você pode aprender o ultrassom na beira do leito e se encantar com um ruflar diastólico de baixa intensidade.
Não há robô ou inteligência artificial que substitua seu instinto, no diagnóstico, e seu toque, no tratamento. Empatia e compaixão são características essencialmente humanas e podem representar mais de 40% da melhora de uma pessoa, independente do tratamento alopático.
Hoje em dia, as faculdade de medicina têm incorporado ao currículo o treinamento em habilidades não técnicas, que envolvem aspectos como apresentação, humanização, empatia, segurança e clareza nas informações, presteza, entre outros. Essa simulação, seja num role play ou na vida real no hospital, é fundamental para fazer o médico algo além de um mero prescritor.
A expectativa de vida tem aumentado com o passar dos anos, mas o cérebro humano nem sempre acompanha a idade biológica. Estudar, ler e “resolver problemas” (vale até sudoku!) mantêm o cérebro em forma e são tão importantes quanto o cross fit que você paga para correr na rua 🙂
Referências:
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