Neste episódio, Fernanda Rueda explica sobre a infecção pela tuberculose no acometimento neurológico e da meninge.
A tuberculose, que classicamente afeta os pulmões e determina formação de cavidades, com perda tecidual importante e alterações sequelares, pode por vezes acometer também o sistema nervoso central, principalmente em pacientes com algum grau de imunossupressão, incluindo pacientes com AIDS.
A manifestação neurológica mais comum é a meningite, onde há envolvimento mais comum da paquimeninge da base do crânio, o que está associado a uma séria de complicações em virtude das estruturas nobres que passam junto à base do crânio. Há também possibilidade de envolvimento do parênquima cerebral, que chamamos de tuberculomas e formam massas intraparenquimatosas, com efeito de massa, determinando compressão sobre estruturas adjacentes.
Assista ao vídeo!
Confira esse e outros conteúdos do Neurorradio em pauta no Youtube!
Dentre as complicações relacionadas a meningite, devemos considerar as possibilidades de: hidrocefalia (por obstrução do fluxo liquórico ao nível do aqueduto cerebral), arterite (com inflamação das paredes dos vasos, num processo de vasculite, o que pode determinar oclusão de pequenos vasos com isquemia tecidual) e a formação de abscessos cerebrais (onde há restrição à difusão) e ainda cerebrite, ou seja, inflamação/infecção do parênquima cerebral, notadamente do córtex.
Deve-se ainda considerar a possibilidade de extensão da meningite à região da medula, ou seja, investigação do neuroeixo é necessária em casos de tuberculose do SNC, até porque pode haver gotejamento de partículas infecciosas pelo líquor e levar ao envolvimento da meninge junto ao cone medular, com síndrome da cauda equina associada.
Tópicos abordados no vídeo
Veja também:
Como você avalia este conteúdo?
Sua opinião ajudará outros médicos a encontrar conteúdos mais relevantes.