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Carreira11 setembro 2024

Inovação na saúde da mulher: MyAnna Health

App gratuito, MyAnna Health, foca na saúde feminina, oferecendo uma assistente virtual humanizada disponível em 63 idiomas, 24/7
Por Ana Araújo

No Afya Summit, evento realizado em agosto, em São Paulo, discutiu-se sobre inovação, Medicina, empreendedorismo e tecnologia. Entre os palestrantes, Philippe Gerwill, pesquisador e empreendedor no setor de saúde, apresentou a palestra “IA: oportunidade ou ameaça?”.  

Sua fala trouxe expectativas com relação aos novos medicamentos com IA, o potencial papel do Metaverso na oferta centralizada de serviços e inspiração sobre o desenvolvimento de soluções com IA para promover o acesso de populações marginalizadas ao sistema de saúde, e, como exemplo, temos o caso do app “MyAnna Health”, com enfoque na saúde feminina. 

Negligência na saúde feminina 

A disparidade de gênero na saúde é um tema que ganhou exposição nos últimos meses nos círculos de inovação em Medicina. Grandes eventos internacionais, como SXSW, HIMMS, HLTH, vêm apresentando as problemáticas e lançamentos de soluções inovadoras para saúde feminina.  

As palestras trazem achados de pesquisas lançadas em 2024 pela McKinsey Health Institute, como a “Closing the women’s health gap: A $1 trillion opportunity to improve lives and economies”. O estudo consolida dados surpreendentes por conta da disparidade do sistema de saúde – das pesquisas clínicas aos protocolos pedagógicos -, em relação aos gêneros contemplados, tendo como consequência prejuízos à saúde das mulheres. 

As questões analisadas impactam a comunidade no entorno das mulheres, em decorrência de seu papel nos cuidados de todos. Os prejuízos à mulher repercutem na economia global: apesar de viverem mais anos, sofrem longos períodos com a saúde debilitada (em média 9 anos), afetando a sua capacidade produtiva em casa, no mercado de trabalho e na comunidade. Segundo a pesquisa, se a saúde feminina fosse valorizada, US$ 1tri seriam desbloqueados anualmente como consequência da extensão de anos com capacidade produtiva, gerando capital para a economia e reduzindo custos para o sistema a partir de 2040. 

Leia mais: A educação médica e o futuro de uma nova geração

Inclusão tardia das mulheres nas pesquisas 

Os motivos para a situação atual são graves. Apenas em 1994 as mulheres (e espécimes fêmeas de animais) foram incluídas nas pesquisas clínicas.  

A falta de consideração das diferenças biológicas entre homens e mulheres resultou em medicamentos, tratamentos e protocolos ineficientes ou pouco eficientes para o público feminino.  

Os datasets históricos das pesquisas clínicas são limitados, por não refletirem as condições específicas da biologia feminina, o que torna a coleta de dados um desafio urgente. 

Cerca de 47% das condições de saúde mapeadas atingem mulheres desproporcionalmente em relação aos homens (doenças autoimunes e depressão), 4% afetam as mulheres de forma diferente dos homens (fibrilação atrial e câncer de colo) e apenas 5% são condições que afetam exclusivamente as mulheres (condições de maternidade e ginecológicas). 

Soluções encontradas 

 As soluções envolvem: 

  • Investir em pesquisas sobre condições que afetam as mulheres de forma diferenciada ou desproporcional, como endometriose e condições da perimenopausa;
  • Coletar dados representativos da saúde feminina;
  • Ampliar o acesso de atendimento primário para mulheres; 
  • Incluir e adaptar políticas do currículo educacional às necessidade da saúde feminina;
  • Criar espaços de trabalho que apoiem a gravidez e perimenopausa;
  • Incentivar a inovação e o desenvolvimento de tecnologia focada na saúde feminina.

MyAnna Health 

Lançado em junho de 2024, o app gratuito MyAnna Health, foca na saúde feminina, oferecendo uma assistente virtual humanizada disponível em 63 idiomas, 24/7. O avatar do app, com expressões faciais e voz, foi projetado para ser humanizado e demonstrar empatia. 

A IA Anna promete 95% de acurácia nas respostas (versus médicos reais). Esse resultado, explica Dr. Philippe, é graças ao treinamento com mais de 280 mil artigos científicos públicos nos últimos 30 anos, todos revisados por médicos, que são supervisionados por Associações Internacionais de Obstetrícia e Ginecologia.  

O app fornece diagnóstico prévio, recomenda profissionais e opções de tratamento, bem como oferece o serviço de agendamento da consulta, fechando o ciclo de atendimento primário.  

Saiba mais: Evolução tecnológica e empreendedorismo

Conclusão 

O mapa de desafios para equidade e inclusão na saúde feminina é extenso e vai muito além das condições de saúde femininas. Tecnologias inovadoras podem levar soluções aos grandes centros e às áreas mais remotas, bem como superar resistências culturais. 

É urgente destacar esse cenário pois, como citado pela ganhadora Nobel, Malala Yousafzai, “não podemos ser bem-sucedidos quando metade de nós é deixada para trás.” 

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Referências bibliográficas

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