Para que e como virar um preceptor médico?
A vocação para o exercício da docência na medicina, seja como professor universitário ou preceptor inserido em uma instituição de ensino, é um chamado particular, mas comum a muitos de nós, não é mesmo?
Desde os tempos de ensino básico, passando pelos anos nos corredores da faculdade, percebemos que ensinar é uma das melhores formas de aprender e essa é uma ação inerente ao médico.
Mesmo quem exerce o ofício longe dos centros formadores, dedica-se, diariamente, a cada ato profissional, a educar os seus pacientes, os seus pares e a sociedade, por meio de palestras, publicações em periódicos ou exposições em mídias convencionais e digitais.
O exercício da preceptoria em programas de residência médica, entretanto, tem um apelo especial. Reconhecemos que, apesar da intensidade e desgastes naturais dessa etapa de formação, trata-se de um período propício para que muitos colegas, de fato, tenham o verdadeiro despertar para o que é ser médico.
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Terminam amanhã inscrições gratuitas em curso de Preceptoria de Residência MédicaComo é o desafio?
O desejo de se tornar um profissional de excelência, somado às incertezas e inseguranças dos primeiros dias da residência médica e às responsabilidades crescentes sobre os ombros, são forças motrizes determinantes para um processo de aprendizado inigualável na carreira médica, quase sempre amparado pelo suporte dos demais colegas residentes e dos preceptores.
Estar inserido permanentemente nesse turbilhão de aprendizados e emoções, catalisando o crescimento humano e técnico de jovens colegas, é uma grata oportunidade!
Os caminhos para quem deseja se tornar um preceptor médico são diversos:
- Concursos públicos ou contratos de trabalho em hospitais universitários ou faculdades de medicina, sejam federais, estaduais, municipais ou particulares;
- Processos seletivos para tutoria em atenção primária à saúde.
Pré-requisitos para assumir o cargo
O pré-requisito básico para se tornar um preceptor em uma área específica é ter concluído a residência médica ou especialização reconhecida pelo MEC na área em que irá atuar.
Contudo, ser preceptor vai muito além disso. Envolve uma elevada qualificação ética e profissional, com experiência na área de atuação, disciplina diária de estudos, discussão aprofundada sobre os casos assistidos, disponibilidade para os pacientes, residentes, internos e equipe multiprofissional.
Entretanto, é o desejo ardente de ensinar, e uma forma sistemática de fazê-lo, sendo presença constante na beira do leito, onde o real processo de aprendizado se desenvolve, é (ou deveria ser) a premissa básica e essencial da atividade de preceptoria.
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Estar pronto para adversidades
Alguns desafios inesperados caem no colo de quem assume a preceptoria: ser referência entre colegas, receber muitos pedidos de internação e vagas para consultas médicas, identificar e amparar principalmente os residentes e internos em seus momentos de vulnerabilidade, lidar com questões éticas e sociais complexas e batalhar constantemente para a solução de entraves burocráticos, como a falta de insumos, a necessidade de avaliação por outras especialidades e, eventualmente, transferências.
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