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Endocrinologia24 junho 2025

ICOSEMA: tratamento duplo semanal no diabetes tipo 2

Confira o que abordaram os artigos recém-lançados na revista Lancet a respeito da combinação inovadora de dois agentes administrados em uma única injeção semanal.

O controle dos níveis glicêmicos segue como um dos principais objetivos no tratamento do diabetes tipo 2, com a insulina desempenhando um papel crucial para muitos indivíduos. Para pacientes com mal controle, a insulina basal é a forma recomendada de iniciar a insulinoterapia. Em adultos com diabetes tipo 2, recomenda-se que a insulina seja usada em combinação com um agonista do receptor GLP-1, devido ao melhor controle glicêmico e aos efeitos benéficos da combinação no peso e no risco de hipoglicemia em comparação com a insulina basal isolada. 

 

A Icosema é uma combinação inovadora de dois agentes administrados em uma única injeção semanal: a insulina basal icodeca, de ação prolongada, e a semaglutida, um análogo de GLP-1. A semaglutida oferece benefícios adicionais além do controle glicêmico, como o manejo do peso corporal e a redução da progressão de nefropatia e do risco cardiovascular, aspectos particularmente relevantes para pacientes com diabetes tipo 2. Sua eficácia e segurança  estão sendo avaliadas no programa de estudos de fase 3 COMBINE, com dois estudos recém publicados na revista The Lancet. 

 

Estudo COMBINE 1: Icosema versus Icodeca 

O estudo COMBINE 1 comparou a eficácia e a segurança da Icosema com o uso isolado da insulina icodeca em pacientes com diabetes tipo 2 inadequadamente controlados com insulina basal diária. Os resultados demonstraram que a Icosema foi superior à icodeca em vários desfechos: 

  • Redução da HbA1c: Após 52 semanas, a Icosema reduziu a HbA1c em -1,55 pontos percentuais, em comparação com -0,89 pontos percentuais com a icodeca (diferença estimada de -0,66; p < 0,0001). A Icosema manteve maior tempo no alvo (76%), com 71,6% dos pacientes atingindo HbA1c <7% em uso de menor quantidade de insulina (dose semanal de insulina 182 vs 355 U p < 0,0001) 
  • Perda de peso: A Icosema promoveu uma redução média de 3,70 kg no peso corporal, enquanto a icodeca resultou em ganho de 1,89 kg, (diferença estimada de -5,6 kg; p < 0,0001). 
  • Menor taxa de hipoglicemia: A taxa de hipoglicemia clinicamente significativa ou grave foi de 0,14 episódios por paciente-ano com a Icosema, contra 0,63 com a icodeca (razão de taxa estimada de 0,22; p < 0,0001). 

Esses achados destacam a superioridade da Icosema em termos de controle glicêmico, segurança metabólica e benefícios adicionais no manejo do peso. 

 

 

Estudo COMBINE 3: Icosema versus Basal-Bolus 

O estudo COMBINE 3 avaliou a Icosema em comparação com um esquema de múltiplas doses diárias de insulina (basal-bolus), composto por insulina glargina U100 e insulina aspart, em pacientes com diabetes tipo 2 que necessitavam de intensificação do tratamento. A Icosema demonstrou: 

  • Controle glicêmico comparável: A redução média da HbA1c foi de -1,47 pontos percentuais com a Icosema e -1,40 com o esquema basal-bolus, confirmando não-inferioridade (diferença estimada de -0,06; p < 0,0001). 
  • Vantagens adicionais: A Icosema foi superior em outros aspectos, incluindo uma redução de peso de 3,55 kg versus ganho de 3,17 kg com basal-bolus (diferença estimada -6,7kg, p<0,0001), menor dose total semanal de insulina (182 U versus 452 U, p<0,001) e uma taxa de hipoglicemia significativamente menor (0,21 versus 2,23 episódios por paciente-ano; razão de taxa estimada de 0,12; p < 0,0001). 

Esses resultados evidenciam que a Icosema oferece um controle glicêmico excelente, comparável ao de um regime intensivo, mas com benefícios adicionais notáveis, além da redução no número de aplicações (1 vs 28 aplicações por semana). 

 

 

Conclusão 

A Icosema emerge como uma opção terapêutica inovadora para o diabetes tipo 2, combinando a eficácia da insulina basal icodeca com os benefícios metabólicos e cardiovasculares da semaglutida em uma única injeção semanal. Os estudos COMBINE 1 e COMBINE 3 demonstraram que ela supera a icodeca isolada e é comparável ao esquema basal-bolus em controle glicêmico, enquanto oferece vantagens significativas em redução de peso, menor dose de insulina e menor risco de hipoglicemia. Para pacientes que não atinjam o controle com a terapia oral e necessitem migrar para a insulinoterapia, a Icosema tem o potencial de revolucionar o tratamento, proporcionando uma abordagem mais simples, segura e eficaz, que pode melhorar a adesão e a qualidade de vida. 

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