Impacto prognóstico da composição corporal em paciente com carcinoma hepatocelular
Carcinoma hepatocelular (CHH) é a quarta maior causa de morte por câncer no mundo. Os principais fatores de risco para CHH são hepatites virais (B ou C), aflatoxina (que são micotoxinas produzidas por alguns tipos de fungos da família Aspergillus), poluição de água potável, álcool, cirrose, hormônios sexuais, nitrosaminas, elementos-traço e esteatose hepática não alcóolica.
Nos últimos cinco anos houve avanços significativos na terapia sistêmica para esse tipo de tumor, especialmente no que concerne a imunoterapias. Estas possuem o potencial para aumentar a atividade antitumoral e superar mecanismos de tolerância imunológica no microambiente do tumor. Entretanto, a resposta a esse tipo de tratamento varia entre 14% e 20%.
Devido a essa baixa taxa de resposta, o objetivo dos pesquisadores foi buscar novos biomarcadores para prever os resultados do tratamento. A identificação de biomarcadores positivos e negativos confiáveis permitiriam seleção de tratamento personalizado com base na previsão de eficácia da terapia, evitando assim maiores custos associados a tratamentos ineficazes.
Dados recentes têm mostrado que a sarcopenia (baixa massa e função muscular) pode ser um indicador prognóstico de em pacientes com CHH submetidos a cirurgia, radioterapia ou quimioterapia. Um estudo publicado no Annals of Medicine em abril deste ano teve como objetivo investigar a relação entre composição corporal pré-tratamento, sarcopenia e resultados de pacientes com CHH tratados com imunoterapias, e resposta ao tratamento e sobrevivência a longo prazo.
Saiba mais: Carcinoma hepatocelular: o que o clínico deve saber?
Metodologia
O estudo revisou três bancos de dados (Embase, PubMed, and the Cochrane Library) sobre a literatura descrevendo a relação entre composição corporal, sarcopenia e desfechos do tratamento com imunoterapia em pacientes com CHH.
Resultados
Neste estudo, foram encontradas evidências em 13 estudos de que baixa massa muscular esquelética e sarcopenia foram significativamente relacionados com pior taxa de sobrevivência e tempo livre de progeressão, bem como menor taxa de resposta e taxa de controle de doença em pacientes com CHH tratados com imunoterapia.
Conclusão e mensagem prática
O efeito preditivo da baixo baixa massa magra e da sarcopenia nos resultados em pacientes com CHH tratados com imunoterapia favorecem que o médico considere essas características de composição corporal ao determinar o prognóstico nesta população de pacientes.
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