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Neurologia25 março 2019

Epilepsia: quais os tipos de crise e como diferenciá-los? [Purple Day]

Dia 26 de março é comemorado o Purple Day, para alertar os perigos da epilepsia. Por isso vamos publicar uma série de artigos relacionados ao tema. Fique ligado.

Por Rachel Alencar

Tempo de leitura: [rt_reading_time] minutos.

Dia 26 de março é comemorado o Purple Day, para alertar sobre os perigos da epilepsia. Em função da data, nosso Portal PEBMED vai publicar uma série de artigos relacionados ao tema, a fim de enfatizar sua relevância mundial. Para além dos conceitos iniciais e dados de importância epidemiológica, uma dificuldade apresentada por muitos profissionais consiste na classificação das crises convulsivas primárias. Por isso separamos um artigo somente sobre esse ponto.

Saber que o diagnóstico da patologia compreende três níveis é essencial. O primeiro nível inclui a classificação do tipo de crise. O segundo, infere o tipo de epilepsia. O terceiro corresponde à síndrome epiléptica do indivíduo.

epilepsia

Primeiro nível: definindo o tipo de crise de epilepsia

A crise focal, previamente referida como parcial, significa que seu foco epileptogênico é restrito a uma região cerebral (unifocal) ou mais (multifocal). Pode ser uma crise unifocal/multifocal desperceptiva (com perda da consciência – a antiga “crise focal complexa”) ou perceptiva (com preservação da consciência – a antiga “crise focal simples”). Por fim, classifica-se qual a manifestação sintomática (motora versus não motora). Se motora, pode ser clônica, tônica, atônica, etc. Se não motora, cognitiva, sensorial, dentre outras.

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Já a crise generalizada implica atividade elétrica alterada por todo encéfalo, com consciência não preservada. Pode ser pura ou combinada (generalizada e focal). Também deve ser dividida entre motora e não motora. Se motora, inclui-se explicitar se foram movimentos tônicos, clônicos, atônicos, etc. Se não motora, por vezes chamada de “crise de ausência”, como se deu sua manifestação? Foi típica? Atípica? Entretanto, perceba: caso não se saiba como foi o início, deve-se classificá-la como de início desconhecido.

Segundo nível: definindo o tipo de epilepsia

O próximo nível traz um diagnóstico que combina as informações prévias. Uma doença caracterizada por crises convulsivas primárias generalizadas motoras tônico-clônicas dá origem ao diagnóstico de epilepsia tônico-clônica generalizada, por exemplo. Já quando há crises focais motoras tônicas com perda da consciência em seguida e movimentos similares à primeira, estamos diante de uma epilepsia focal tônica que progride para tônico-clônica bilateral (referida antigamente como epilepsia focal com generalização secundária).

Terceiro nível: definindo a síndrome epiléptica

O terceiro nível define a Síndrome Epiléptica, que pode ter vários tipos de epilepsia inclusos. Tal diagnóstico deve ser feito por meio das características do paciente, combinadamente com os tipos de crises, tipos de epilepsia e traçados eletroencefalográficos apresentados. Um exemplo clássico é a Síndrome de Lennox-Gastaut, com crises de múltiplas características na infância e padrão eletroencefalográfico de onda-ponta lenta (menor que 2,5 Hz), principalmente generalizado, cursando com atraso do desenvolvimento que pode ser progressivo.

Sumarizando, é útil refletir sobre as seguintes questões:

  1. O relato feito pelo acompanhante/paciente e/ou os sinais assistidos são correspondentes a uma crise convulsiva verdadeira?
  2. Como foi o início? Houveram sinais focais?(crise focal versus generalizada);
  3. Quando generalizada, descreva se foi uma crise motora ou não motora; dentre os dois tipos, defina qual foi o padrão de sinais.
  4. Quando focal, defina se houve perda da consciência; posteriormente, compreenda se foi motora ou não motora. Não se esqueça de se referir também a qual teria sido a manifestação.
  5. Caso não se saiba o início, admita a crise como “de início desconhecido”, e tente explorar se houve sinal motor ou não motor pelo relato da testemunha.

Como tratar a epilepsia e suas síndrome? Como funcionam os medicamentos usados para tal? Essas e muitas outras questões serão abordadas nos próximos artigos. Não perca!

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Referências:

  • THIJS, RD.; SURGES, R.; O’BRIEN, TJ.; SANDER, JW. Epilepsy in adults. Published Online
    January 24, 2019 (http://dx.doi.org/10.1016/S0140-6736(18)32596-0.
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