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Gastroenterologia26 junho 2024

Microbiota intestinal e desenvolvimento cognitivo na infância

Diversos estudos sugerem que a microbiota intestinal tem um papel crítico na função e regulação do sistema nervoso central
Por Jôbert Neves

Este conteúdo foi produzido pela Afya em parceria com Cellera Farma de acordo com a Política Editorial e de Publicidade do Portal Afya.

A cognição é um dos aspectos mais importantes do desenvolvimento de uma criança, implicando na capacidade de pensar, aprender e formando a base para a capacidade de percepção, raciocínio, criatividade e resolução de problemas1. Nesse contexto, diversos estudos sugerem que a microbiota intestinal tem um papel crítico na função e regulação do sistema nervoso central, sistema neuroimune e sistema neuroendócrino, reforçando a relação entre cérebro e intestino2.

O intestino foi amplamente reconhecido nos últimos anos como o “segundo cérebro”. Essa nomenclatura foi instituída por hospedar diversas bactérias na composição da microbiota intestinal que desempenham, além dos benefícios gastrointestinais, papeis de modulação de comportamento e atuam sobre funções cerebrais do hospedeiro desde a infância. Essa relação bidirecional entre esses dois órgãos é denominada de eixo cérebro-intestino e tem sido reconhecida como um dos fatores-chave que atuam sobre o desenvolvimento cognitivo3.

Já em fases iniciais da vida, ainda no período neonatal, a colonização da microbiota do intestino é um evento relevante e que influencia diversos processos fisiológicos do desenvolvimento, contribuindo para o estabelecimento do eixo cérebro-intestino3. Evidências prévias reforçam o papel direto do microbioma intestinal no desenvolvimento cognitivo de crianças com distúrbios do neurodesenvolvimento4.

Na tentativa de elucidar melhor essa correlação, uma revisão sistemática publicada por McMath e colaboradores em junho de 2023, avaliou o impacto da composição e função da microbiota gastrointestinal na cognição de bebês e crianças. Após a aplicação dos critérios de elegibilidade e avaliação da qualidade das evidências, apenas 23 artigos foram elegíveis, dentre eles ensaios clínicos randomizados, estudos transversais, longitudinais ou caso-controle. Os resultados foram positivos, evidenciando a existência de associações entre a microbiota intestinal e o desenvolvimento cognitivo em crianças5.

Apesar dos bons resultados, estudos futuros carecem explorar com mais detalhes a composição da microbiota intestinal a nível de espécie ou cepa e com potenciais análises genômicas do microbioma, além de considerar o padrão alimentar

Visto o seu papel fundamental na modulação das interações do microbioma em bebês e crianças. Sumarizando, os estudos incluídos nesta revisão sistemática forneceram uma base promissora para futuros trabalhos direcionados ao microbioma intestinal, com o objetivo de manejo sobre o desenvolvimento neurológico ao longo da infância5.

De forma adicional, um outro estudo conduzido por Partty e colaboradores, avaliou a suplementação de L. rhamnosus GG (LGG) em comparação com placebo, que foi administrado em gestantes durante 4 semanas antes do parto e durante 6 meses após o parto. Aos 13 anos, o efeito na função cognitiva foi avaliado como a proporção de Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) ou transtorno do espectro autista (TEA) diagnosticada por um psiquiatra infantil ou neurologista. Foi evidenciado que todas as crianças com diagnóstico de TDAH ou TEA estavam no grupo placebo e nenhuma estava no que havia recebido probiótico (P = 0,008). Entre as 35 crianças do grupo placebo, o TDAH foi diagnosticado em 3 (8,6%) crianças, TEA em apenas 1 (2,8%) criança e o diagnóstico concomitante desses dois distúrbios em 2 (5,7%) crianças1.

Sendo assim, as evidências apresentadas acima corroboram a forte ligação entre o microbiota intestinal e seu grande potencial de atuar sobre o desenvolvimento cognitivo na infância5. Nesse contexto, além de ser uma das cepas mais estudadas, a suplementação com LGG se mostrou segura e com resultados positivos para benefícios cognitivos em crianças em um dos estudos1.

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Referências bibliográficas

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