Indicações para tratamento da desmineralização óssea na pré e pós-menopausa
Este conteúdo foi produzido pela Afya em parceria com Mantecorp Farmasa de acordo com a Política Editorial e de Publicidade do Portal Afya.
O papel da vitamina D na homeostase óssea é essencial, e níveis baixos dessa substância podem se associar a distúrbios da mineralização óssea.1 A fragilidade óssea é uma condição dinâmica relacionada ao envelhecimento, que pode ser revertida se detectada precocemente.2 A vitamina D pode influenciar a progressão da fragilidade, uma vez que níveis adequados dessa substância otimizam a absorção intestinal de cálcio, reduzem a incidência de hiperparatireoidismo secundário e diminuem o turnover ósseo.3
O uso diário da vitamina D para prevenção do raquitismo em crianças é bem estabelecido, mas seu papel na prevenção ou tratamento da desmineralização óssea em mulheres saudáveis pré e pós-menopausa é amplamente discutido na literatura médica.4 As evidências mais recentes sobre a suplementação de vitamina D nessa população ainda demonstram resultados controversos, mas novos estudos com potencial de alterar as recomendações vigentes são publicados a cada ano.5
Uma revisão publicada na Cochrane Library em 2023 sobre a reposição de cálcio e vitamina D para aumentar a densidade mineral óssea em mulheres pré-menopausa mostrou que a reposição preventiva de vitamina D e cálcio como intervenção em saúde pública para melhorar a densidade mineral óssea (DMO) no quadril ou coluna lombar não é eficiente, sendo improvável que haja benefício na prevenção de fraturas vertebrais e não vertebrais. O estudo destaca, inclusive, que esse fato está tão bem estabelecido que não há necessidade de estudos futuros testando a mesma hipótese na mesma população.6
Com relação às mulheres no período pós-menopausa, Pérez-López e colaboradores concluíram que a vitamina D é recomendada para mulheres idosas com osteoporose e baixos níveis séricos de vitamina D, pois pode ajudar a reduzir o risco de fraturas, particularmente se associada à administração de cálcio.7
Liu e colaboradores conduziram um estudo de revisão sistemática com metanálise de ensaios clínicos randomizados que investigou os efeitos da suplementação combinada de cálcio e vitamina D em mulheres pós-menopausa com osteoporose. Os resultados mostraram que a suplementação combinada de cálcio e vitamina D tem um efeito benéfico significativo na saúde óssea dessas mulheres, com redução da perda mineral óssea e do risco de fraturas, diferente da suplementação de apenas um ou de nenhum desses nutrientes.8
Com base nos estudos apresentados e em outros menores encontrados na literatura internacional, é possível concluir, até o momento, que a suplementação de vitamina D pode ser uma estratégia eficaz para melhorar a saúde óssea, especialmente de mulheres pós-menopausa (e ainda mais importante naquelas com essa deficiência vitamínica). No caso de mulheres pré-menopausa, essa suplementação parece ser menos essencial, exceto se deficiência de vitamina D ou condições em que o risco de perda óssea é aumentado.
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