Até quando vale a terapia expulsiva para o cálculo ureteral?
Cálculo ureteral ou cálculos ureterais, proporcionando as famosas cólicas renais, são bastante frequentes na prática clínica, especialmente nos postos de pronto atendimento.
Saber manejar esses casos é de suma importância, tanto para controle imediato quanto para evitar complicações futuras devido a uma obstrução crônica.
Veja também: Transplante de medula óssea na aplasia de medula
Medidas para o manejo
A primeira medida é o controle da dor, que quando presente, deve ser feita preferencialmente com anti-inflamatórios. O uso de antiespasmódicos, associados a AINES, não apresentou superioridade e o seu uso isolado foi inclusive inferior. E claro sempre uma hidratação vigorosa.
Esperar a expulsão do cálculo ureteral é válido até quando?
Existe uma relação direta entre o tamanho do cálculo ureteral e a probabilidade de ele passar espontaneamente, sendo que aqueles menores que 5 mm possuem uma alta probabilidade de passagem sem a necessidade de intervenção, enquanto os maiores que 10 mm a probabilidade de passagem sem intervenção são muito baixos.
Portanto, existe uma faixa de tamanho de cálculos com uma probabilidade intermediária de passagem espontânea, os quais podem se beneficiar da terapia expulsiva.
Terapia expulsiva para cálculo ureteral
A terapia expulsiva consiste na prescrição de medicação para auxiliar nessa expulsão dos cálculos e as duas drogas mais utilizadas são os alfa-bloqueadores e os bloqueadores de canal de cálcio. Podemos utilizar por, até, um mês e depois repetir exames de imagem para confirmar a passagem do cálculo. Fica claro que para prescrever a terapia expulsiva os pacientes não podem ter dor nem obstrução ureteral significativa.
O uso de bloqueadores alfa está associado a 1,45 vezes mais chances de o cálculo ureteral ser expelido quando comparado ao tratamento apenas com hidratação. Ou seja, a probabilidade de expulsão aumenta em 45%.
Leia mais: Pancreatite aguda: drenagem imediata ou adiada?
Qual bloqueador aplicar?
O bloqueador mais estudado nesse cenário é a tansulosina, que deve ser administrada na dose de 0,4 mg, uma vez ao dia. Outros bloqueadores alfa, como a doxazosina e alfuzosina também podem ser utilizados.
Os bloqueadores de cálcio possuem uma menor taxa de sucesso, sendo utilizados quando não é possível a administração dos alfa-bloqueadores.
Mesmo que haja melhora completa da dor, não significa que houve a migração completa do cálculo, sendo necessário um exame de imagem para confirmar. A TC sem contraste é o método que envolve melhor acurácia, apesar dos custos e radiação ionizante.
Como você avalia este conteúdo?
Sua opinião ajudará outros médicos a encontrar conteúdos mais relevantes.