Doença de Peyronie pode impactar até 20% da população masculina
Homens com disfunção erétil associada ao diabetes possuem uma chance quatro a cinco vezes maior de desenvolver a doença de Peyronie.
A doença de Peyronie (DP), uma deformidade na curvatura normal do pênis, que pode impactar a vida sexual do indivíduo, apresenta uma taxa de prevalência que pode variar de 0,5% a 20,3% na população. As taxas podem ser ainda maiores em pacientes que apresentam problemas de disfunção erétil e diabetes, conforme alerta a Sociedade Brasileira de Urologia de São Paulo (SBU-SP).
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Orientações para o diagnóstico
Segundo o diretor da SBU-SP, o médico urologista Fernando Nestor Fácio Júnior, para diagnosticar clinicamente a doença de Peyronie, o médico geralmente deve seguir os seguintes passos:
- História médica e sexual: perguntar sobre a evolução dos sintomas, quando iniciou? Incluindo dor, curvatura do pênis e se o paciente tem problemas na função erétil. Isso é importante avaliar nesta fase inicial da enfermidade;
- Exame físico: Examinar o pênis, procurando por presença de placas fibrosas e endurecidas, o que pode ser realizado com o pênis flácido ou ereto;
- Exames de imagem: Em alguns casos, o médico pode solicitar exames de imagem, como ultrassonografia ou ressonância magnética, para avaliar a extensão das placas e possíveis complicações;
Após analisar todas as informações, o médico determinará se o paciente apresenta a doença de Peyronie na fase inicial ou tardia (após 12-18 meses do início dos sintomas e sinais de deformidade) e discutirá as opções de tratamento adequadas.
“Opções de terapias orais: uso dos antiinflamatórios, com destaque para os inibidores da fosfodiesterase-5 (Tadalafila 5mg), que otimizam o tratamento da disfunção erétil associada à doença de Peyronie. Já as injeções intralesionais são uma opção de tratamento não invasiva com respostas pouco reprodutivas de eficácia, temos a colagenase de Clostridium histolyticum (disponível apenas nos Estados Unidos) e a injeção de verapamil, que podem ser injetadas diretamente nas placas para ajudar a quebrá-las e reduzir a curvatura”, explicou Fernando Nestor Fácio Júnior, em entrevista ao Portal de Notícias da PEBMED.
O uso de implante de prótese peniana é recomendado a alguns pacientes, podendo corrigir a curvatura em quase 70% dos casos.
“A cirurgia deve ser reservada somente para a fase estável da enfermidade. Há consenso de que essa fase implica em estabilidade da curvatura peniana por, pelo menos, três meses, além de um período mínimo de presença dos sintomas, que é de, no mínimo, 12 meses”, acrescentou o diretor da SBU-SP.
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Probabilidades aumentadas de contrair a doença de Peyronie
De acordo com o Instituto Nacional de Diabetes e Doenças Digestivas e Renais dos Estados Unidos (NIH, em inglês), alguns especialistas médicos acreditam que a doença de Peyronie pode ocorrer em algumas famílias.
As chances de contrair a doença também aumentam com a idade. Alterações relacionadas à idade nos tecidos do pênis podem fazer com que o mesmo seja mais facilmente ferido e menos propenso a cicatrizar bem.
Já homens com disfunção erétil associada ao diabetes possuem uma chance quatro a cinco vezes maior de desenvolver a doença de Peyronie em comparação com a população em geral.
As chances de contrair a enfermidade aumentam também após a cirurgia de câncer de próstata. Especialistas médicos acreditam que esse aumento de probabilidade está relacionado à disfunção erétil desenvolvida após a cirurgia de câncer de próstata.
Este artigo foi revisado pela equipe médica do Portal PEBMED.
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