A prescrição do TDAH
Este conteúdo foi produzido pela Afya em parceria com Cellera Farma de acordo com a Política Editorial e de Publicidade do Portal Afya.
O tratamento medicamentoso é recomendado para pacientes com TDAH que apresentam sintomas persistentes e clinicamente significativos, que impactam negativamente sua funcionalidade diária5. A decisão de iniciar a medicação deve ser baseada em uma avaliação clínica abrangente, levando em consideração o quadro sintomático, a gravidade dos sintomas e o prejuízo funcional do paciente em todos os âmbitos da vida1,2,3.
Pacientes com menos de 6 anos inicialmente não têm indicação medicamentosa, o tratamento é baseado em terapia cognitivo comportamental com orientação parental e escolar 1.
Para os maiores de 6 anos com sintomas leves, é recomendado iniciar com psicoeducação e manejo comportamental e avaliar periodicamente a evolução. Em casos com nenhuma ou pouca efetividade a medicação deve ser associada1,3,5.
Já os pacientes com sintomas moderados/graves têm recomendação de iniciar tratamento com a associação de medicamentos e terapias1,5.
Dentre opções farmacológicas, existem os estimulantes (psicoestimulantes), que são o tratamento de primeira linha para os sintomas de TDAH. Eles são amplamente utilizados e têm eficácia comprovada na redução dos sintomas em diversos ensaios clínicos com crianças, adolescentes e adultos2. São eles o Metilfenidato de curta duração, Metilfenidato de Longa duração e Lisdexanfetamina3.
Os fármacos não estimulantes, como a imipramina, nortriptilina, clonidina e a bupropiona, tem menor efetividade na redução dos sintomas e são indicados para os pacientes que não respondem bem aos estimulantes (em no mínimo 6 semanas de uso e em dose adequada) ou apresentam contraindicações (hipersensibilidade ao metilfenidato, uso de Inibidores da MAO, cardiopatia, glaucoma, síndrome de Tourette e tumor de glândula supradrenal)3.
Os seguintes parâmetros devem ser considerados antes da primeira medicação: histórico médico da criança, dos pais, medicação atual, altura e peso, frequência cardíaca e pressão arterial e um eletrocardiograma se o tratamento puder afetar o intervalo QT. A liberação de um especialista em cardiologia deve ser solicitada antes, se houver história de doença cardíaca congênita, cirurgia cardíaca prévia ou história de morte súbita em um parente de primeiro grau com menos de 40 anos, ou se a pressão arterial estiver consistentemente acima do percentil 95 para a idade e estatura para crianças e jovens4.
Fármacos Psicoestimulantes:
Metilfenidato 10 mg – comprimido de liberação imediata:
– Crianças e Adolescentes: iniciar com 0,25 mg/Kg/dia até a dose máxima de 2 mg/kg/dia (dividida em 2-3 tomadas), ou dose inicial de 5 mg duas vezes ao dia antes do café da manhã e almoço, com incrementos graduais de 5 a 10mg/dia, em intervalos semanais, de acordo com a resposta e tolerância, até a dose máxima de 60 mg/dia (dividida em 2-3 doses) 2,4.
– Adultos: 10-60 mg/dia, dividida em 2 a 3 doses/dia4.
Metilfenidato de ação prolongada – Apresentações: 10mg, 20mg, 30mg e 40mg:
A posologia é semelhante ao metilfenidato de curta duração, porém é realizada somente uma tomada por dia4.
Metilfenidato de ação prolongada com tecnologia OROS6 – Apresentações: 18mg, 36mg
e 54mg:
Se o paciente não faz uso de Metilfenidato, a dose inicial é de 18 mg, uma tomada ao dia.
Se for realizada uma troca da medicação, é necessário ajuste da dose:
– Ritalina até 15mg/dia – Metilfenidato de Longa duração 18mg/dia
– Ritalina 15 – 30mg/dia – Metilfenidato de Longa duração 36mg/dia
– Ritalina >30mg/dia – Metilfenidato de Longa duração 54mg/dia
O ajuste medicamentoso pode ser feito semanalmente com incremento de 18mg/semana. A avaliação da necessidade de ajuste é realizada pelo médico conforme a resposta ao tratamento4,6.
Lisdexanfetamina – comprimidos de 30mg, 50mg e 70mg:
Dose para tratamento inicial ou para troca de metilfenidato: 30mg/dia para todos os pacientes, os ajustes de 20 mg devem ser realizados em intervalos semanais conforme os resultados clínicos. A dose máxima recomendada é de 70mg/dia4.
Fármacos não estimulantes:
Imipramina – apresentação comprimidos de 10mg, 25mg, 75mg e 150mg
Posologia 2,5 – 5 mg/kg/dia, 2 tomadas por dia4
Bupropiona comprimidos de 150mg
Iniciar com 3 – 6mg/kg/dia em 2 tomadas, ajustar conforme necessidade, dose máxima 150 mg 2 vezes ao dia4
Clonidina – comprimidos de 0,100mg, 0,150mg e 0,200mg
Posologia 0,05mg, 1 ou 2 vezes ao dia4
Conclusão
A prescrição de medicamentos para o TDAH deve ser cuidadosamente acompanhada pelo médico, o ajuste medicamentoso é orientado de acordo com a resposta ao tratamento e deve ser realizado de forma individualizada3,4.
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