Incidência de trombose venosa profunda no trauma ortopédico pediátrico
A trombose venosa profunda (TVP) é uma complicação rara, mas potencialmente grave e pode ocorrer em pacientes pediátricos hospitalizados. Um recente estudo foi publicado com o objetivo de identificar a prevalência de TVP aguda em pacientes pediátricos e adolescentes internados por trauma ortopédico e avaliar as estratégias de anticoagulação e os desfechos clínicos após a confirmação da TVP.
O estudo
Essa pesquisa incluiu pacientes com idade de até 18 anos que foram internados devido a um trauma ortopédico e tiveram o diagnóstico de TVP no período entre setembro de 2017 e dezembro de 2023. Os pacientes foram classificados em 3 grupos, de acordo com o regime de anticoagulação adotado: não anticoagulação, anticoagulação hospitalar e anticoagulação hospitalar e ambulatorial. Os desfechos avaliados incluíram a recorrência de tromboembolismo venoso dentro de 3 meses e a mudança no padrão de imagem envolvendo a trombose após 3 meses, assim como a presença de sangramento nesse período.
A amostra do estudo incluiu 11.206 pacientes pediátricos e adolescentes internados por trauma ortopédico dos quais 94 foram diagnosticados com TVP aguda, resultando em uma incidência de 0,84%. Dos pacientes diagnosticados, 8 (8,5%) não receberam anticoagulação, 41 (43,6%) receberam anticoagulação apenas durante a internação e 45 (47,9%) continuaram a anticoagulação após a alta hospitalar. A maioria dos pacientes que recebeu anticoagulação foi tratada com rivaroxabana, sendo que 71,7% dos pacientes receberam um curso de heparina de baixo peso molecular por 5 ou mais dias antes de iniciar a terapia com rivaroxabana.
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Resultados
O estudo revelou que a estratégia de adotar anticoagulação hospitalar e ambulatorial teve uma duração significativamente maior de anticoagulação em comparação com a estratégia de uso apenas hospitalar (37 dias vs. 8 dias, p = 0,000).
Nenhum paciente sofreu recorrência do tromboembolismo venoso ou sangramento maior dentro de três meses e apenas um paciente no grupo manejado com anticoagulação hospitalar e ambulatorial apresentou um sangramento menor (0% vs. 0% vs. 2,2%, p = 1,000).
A resolução do trombo foi significativamente maior nos pacientes que receberam terapia anticoagulante, especialmente no grupo de tratamento hospitalar e ambulatorial (91,1% vs. 80,5% vs. 37,5%, P = 0,002), e a ausência de mudança relevante no trombo foi significativamente menor nesse grupo (4,4% vs. 19,5% vs. 62,5%, P = 0,000).
Conclusão
Esse estudo sugere que uma estratégia de tratamento utilizando rivaroxabana, associada a um regime de anticoagulação que se estende além da internação hospitalar é eficaz sem aumentar o risco de sangramento em adolescentes com trauma ortopédico relacionado à TVP. Além disso, a duração da terapia anticoagulante inferior a seis semanas parece ser adequada para o tratamento da TVP em adolescentes com trauma ortopédico. Esses achados podem ser úteis para direcionar protocolos e recomendações de tratamento no futuro.
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